Autoridades apontam importância da indicação geográfica para agricultura
As autoridades que participaram da abertura oficial do 8º Workshop Catarinense de Indicação Geográfica, na Assembleia Legislativa, destacaram a importância da indicação geográfica (IG) para o crescimento da agricultura catarinense.
A IG é uma espécie de titulação concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a produtos agrícolas que têm características únicas de uma região, em função do clima, território e aspectos culturais. No Brasil, são 60 IGs. Apenas duas estão situadas em Santa Catarina: a uva Goethe de Urussanga, no Sul do Estado, e a banana de Corupá, no Norte. Outras cinco estão em processo de análise.
“Quando as pessoas chegam numa região, elas sabem que o produto dali é feito de forma especial, com características únicas. Isso agrega valor e traz aspectos culturais, valorizando a história dessa região”, afirmou a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, que participou da abertura do workshop.
O presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Alesc, deputado José Milton Scheffer, lembrou que a IG será uma ferramenta para valorizar principalmente a agricultura familiar catarinense, por agregar valor aos produtos, diferenciá-los e potencializá-los para a conquista de mercados internacionais.
“A Assembleia Legislativa está comprometida e disposta a criar leis, normas para facilitar e potencializar o processo de indicação geográfica em Santa Catarina”, afirmou o parlamentar.
A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, afirmou que o processo para a concessão da IG é demorado e requer a mobilização dos produtores na busca por boas práticas de produção, além de vários estudos. Para ela, ao agregar valor, a indicação é benéfica para os agricultores.
“É o empoderamento dos agricultores no saber fazer, na valorização de sua cultura. Isso agrega muito à comunidade e é uma forma de valorização da agricultura catarinense”, disse.
O workshop realizado na ALESC também marcou o início da programação em comemoração aos 28 anos da Epagri, uma das organizadoras do evento, ao lado da Comissão de Agricultura e Política Rural da Alesc e da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural. O secretário-adjunto da pasta, Ricardo Miotto Ternus, destacou que a Epagri conta com equipe e expertise necessárias para que Santa Catarina possa avançar nas IGs.
O cofundador da Epagri, o engenheiro agrônomo Glauco Olinger, participou da solenidade. Ele afirmou que a empresa é uma espécie de universidade rural informal, com características únicas na América Latina e uma das mais amplas infraestruturas de ensino, pesquisa e extensão agropecuária. “Diferente das universidades formais, a Epagri vai ao encontro dos agricultores, vai onde eles estão”, disse.
Membro da comissão de Agricultura da Alesc, o deputado Volnei Weber, que também é produtor rural, contou como uma propriedade rural de sua família, que estava praticamente falida, tornou-se um estabelecimento produtivo, graças ao apoio da Epagri. “É um trabalho que possibilita geração de renda e leva qualidade de vida a todo o Estado”, comentou.
Nos debates do IGs enfocou no acordo Mercosul-União Europeia, nas visões dos dois grupos econômicos. Os painéis contaram com a participação de representantes do Ministério da Agricultura; do INPI, da Diretoria Nacional de Propriedade Intelectual do Uruguai e do Instituto Max Planck para Inovação e Concorrência, da Alemanha.
O evento também teve apresentação de trabalhos orais e em pôsteres e encerrou-se com a sessão plenária com a síntese das discussões e encaminhamentos.
Em paralelo ao workshop, ocorreu a 7ª Mostra de Produtos Tradicionais, no vão livre do terraço do Palácio Barriga Verde. A mostra reuniu produtos rurais de todas as regiões do Estado e também os que já têm ou estão em nível avançado para obtenção de suas IGs. A Fecoagro foi uma das apoiadoras do evento.
Fonte: Agência AL / Marcelo Espinoza