Workshop traz a Florianópolis especialistas do Brasil e exterior para discutir Indicação Geográfica

Workshop traz a Florianópolis especialistas do Brasil e exterior para discutir Indicação Geográfica

Nos dias 30 e 31 de outubro Florianópolis recebe o principal evento de Indicação Geográfica de Santa Catarina e um dos mais importantes do país. O VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica e VII Mostra de Produtos Tradicionais acontece na sede da Assembleia Legislativa e vai trazer palestrantes do Brasil e do exterior para discutir o tema sob o enfoque do mercado internacional. O evento é promovido pela Epagri, em parceria com a Assembleia Legislativa e apoio de outras instituições.

Identidade Geográfica (IG) é um reconhecimento, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que garante que um produto só tem aquelas propriedades porque é influenciado por características ambientais ou culturais de uma determinada região. É uma forma única de valorizar produtores e produtos identitários de um território.

O processo de formalização de uma IG demanda tempo, dedicação e trabalho integrado dos diversos atores que participam da cadeia produtiva. São necessários anos de esforço conjunto para adequar sistemas, fazer o levantamento histórico, a caracterização ambiental, delimitar a área e tomar outras providências, a fim de atender todas as exigências do INPI para analisar o pedido.

Santa Catarina conta com duas Indicações Geográficas: Vales da Uva Goethe e Banana da Região de Corupá. As IGs dos Campos de Cima da Serra (Queijo Artesanal Serrano) e da Erva-mate do Planalto Norte Catarinense já estão em avaliação no INPI. E seguem adiantados os trabalhos para obtenção das IGs do Mel de Melato da Bracatinga, da Maçã Fuji da Região de São Joaquim e dos Vinhos de Altitude.

Com base na experiência que o Estado acumulou na questão, o tema escolhido para o workshop neste ano foca nas práticas de gestão das indicações geográficas após a concessão do registro, e nos acordos comerciais entre o Mercosul e a União Europeia. Este são os maiores desafios da temática na atualidade.

Programação

Para contemplar o tema, a programação conta com palestrantes de renome nacional e internacional. O evento inicia às 9h de quarta-feira, 30, com palestras e mesas redondas.

Destaque para a mesa redonda das 15h30min do dia 30, com o tema pós-registro das IGs. Entre os debatedores estará Claude Vermot-Desroches, presidente da Organização Para uma Rede Internacional de Indicações Geográficas (oroGIn França) e do Comitê Interprofissional de Gestão do Queijo Comté. Ao lado dele estará Barbara Pick, pesquisadora PhD da London School of Economics And Political Sciences. Eles dividem a mesa com Andreia Meira, extensionista da Epagri que coordenou a IG do Queijo Serrano, Lucas Trevisan, da Associação dos Bananicultores de Corupá, e Jaime Milan, do Vale dos Vinhedos, que tem a primeira IG do Brasil.

A abertura oficial do evento acontece às 18h da quarta-feira, com a presença de autoridades estaduais e da presidente da Epagri, Edilene Steinwandter. No coquetel após a abertura, a Epagri lança a espumante Ancestral, desenvolvida pela Estação Experimental de Videira. A bebida resgata o primeiro método de elaboração de espumantes e traz inovação em etapas-chave do processo, onde valoriza-se a tipicidade de uvas rústicas produzidas pela agricultura familiar de Santa Catarina.

No dia 31 os debates giram em torno das IGs no acordo Mercosul-União Europeia, nas visões dos dois grupos econômicos. Os painéis terão a participação de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do INPI, da Diretoria Nacional de Propriedade Intelectual do Uruguai e do Instituto Max Planck para Inovação e Concorrência, da Alemanha.

O evento também terá a apresentação de trabalhos orais e em pôsteres. Ao todo foram inscritos 60 trabalhos, um número recorde para o workshop. O evento encerra às 17h45min do dia 31, após a Sessão Plenária com a síntese das discussões e encaminhamentos, que terá a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Ricardo de Gouvêa, do presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Deputado José Milton Scheffer, e de autoridades nacionais.

Mostra de produtos

Paralelamente ao VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica acontece a VII Mostra de Produtos Tradicionais, um evento criado para mostrar toda a riqueza agrícola e diversidade cultural de Santa Catarina. A mostra vai reunir, no hall que dá acesso ao auditório Antonieta de Barros da Alesc, produtos rurais de todas as regiões do Estado e também os sete que já têm ou estão em nível avançado para obtenção de suas IGs.

Os visitantes da mostra vão poder conhecer cachaças, morangos orgânicos, pão de milho e artesanatos como pêssankas e bordados ucranianos, entre outros. Também acontece uma mostra com imagens rurais que integram o arquivo fotográfico da Epagri.

28 anos de fundação da Epagri

O workshop também vai marcar a abertura dos 28 anos de fundação da Epagri. A comemoração segue por todo o Estado durante o mês de novembro, com lançamento de tecnologias, Dias de Campo, seminários, atividades de educação ambiental e outras, que vão apresentar à sociedade um pouco do trabalho desenvolvido nestas quase três décadas de extensão rural e pesquisa agropecuária em Santa Catarina.

O Estado catarinense foi o primeiro, e até hoje é um dos únicos, a reunir numa empresa os serviços de pesquisa agropecuária a extensão rural. A partir desse ato de ousadia e inovação se construiu uma história de sucesso. Hoje a Epagri é referência nacional e internacional em pesquisa e extensão rural. O conhecimento que produz é empregado não só em benefício dos catarinenses, mas também repercute no Brasil e no exterior.

Os cultivares de arroz, por exemplo, são utilizados em diversos países. O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), criado e difundido pela extensão rural da Epagri, hoje é modelo de agricultura sustentável em nível nacional e internacional. Já existe maçã desenvolvida pela Epagri sendo produzida e vendida na União Europeia com royalties revertidos para Santa Catarina.

O sucesso da Epagri nesses 28 anos de existência se reflete na força do agronegócio catarinense. Santa Catarina é líder nacional na produção de maçãs, moluscos e suínos, tem a segunda maior produtividade de arroz irrigado do país, é a quarta maior produtora de leite e de mel do Brasil, tudo isso ocupando apenas 1,1% do território nacional. Grande parte desse resultado se deve ao trabalho da Epagri, que com apoio e confiança dos agricultores, vem inovando para uma agricultura cada vez mais sustentável.

Serviço

· O que: VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica e VII Mostra de Produtos Tradicionais

· Quando: Dias 30 e 31 de outubro – confira programação

· Onde: na Assembleia Legislativa de SC, em Florianópolis

· Informações e entrevistas: Denilson Dortzbach, pesquisador da Epagri e presidente do evento, pelo fone (48) 99900-1945

Fonte: agricultura.sc.gov.br

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