Decretado novo toque de recolher no Chile após mais um dia de protestos em Santiago
As estações de Metrô em Santiago são reabertas depois de 3 dias fechadas por causa dos protestos no país.
A Embaixada do Brasil no Chile recomenda que os brasileiros em viagem à capital chilena adiantem os voos e voltem para casa.
Há uma semana, a cidade enfrenta a maior onda de protestos desde a retomada do período democrático, em 1990. Confrontos durante as manifestações já deixaram pelo menos 7 mortos e há previsão de novos atos hoje.
Os protestos começaram de forma pacífica motivados pelo aumento das tarifas do metrô. Mas, mesmo depois de o presidente Sebastián Piñera anunciar o cancelamento do reajuste, as manifestações continuaram a ganhar força contra o governo e se tornaram violentas. O movimento atingiu o ponto mais crítico neste fim de semana. Primeiro, 2 pessoas morreram quando um supermercado pegou fogo e outras 2 ficaram feridas a tiros em um confronto com a polícia. Depois, um segundo incêndio, dessa vez em uma fábrica na periferia de Santiago, deixou 5 mortos.
Ontem, as autoridades determinaram um toque de recolher à noite pelo segundo dia seguido.
O publicitário Felipe Sampaio estava em Santiago a passeio e decidiu encerrar a viagem mais cedo com medo do agravamento dos ataques.
Ao procurar a Embaixada, ele e a namorada foram orientados a ficar abrigados longe das janelas.
Neste fim de semana, o comércio fechou as portas, voos foram cancelados e o transporte público praticamente não circulou em Santiago e em outras cidades, como Valparaíso e Concepción. Somente ontem, dos 650 voos, 400 atrasaram ou foram cancelados, o que corresponde a 60 por cento das partidas e chegadas.
Os ataques continuaram mesmo depois de Piñera decretar Estado de Emergência na capital e ordenar a presença de militares nas ruas pela primeira vez desde o fim da ditadura no país. A medida dá às Forças Armadas o controle da segurança pública e prevê restrições à liberdade de circulação e reunião.
Apesar da ordem para que a população permaneça em casa e da mobilização de quase 10.000 militares nas ruas, ônibus, estações de metrô e prédios públicos continuam a ser depredados, e lojas e supermercados seguem sendo saqueados.
Quase 80 estações do metrô foram atacadas e algumas foram totalmente destruídas, causando um prejuízo estimado em 300 milhões de dólares.
A chilena Daniela Marques conta que o Exército enfrenta dificuldades para conter os atos violentos.
Desde sexta-feira, quase 1.500 pessoas foram detidas, mais de 600 na capital.
Fonte: Band News FM