Feiras orgânicas ganham mais adeptos em Porto Alegre

Primeira feira ecológica do Brasil, a Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) do bairro Bom Fim, no Centro de Porto Alegre, completa 30 anos de atividade neste mês. E, desde seu estabelecimento, em 1989, a feira se expandiu em mais uma quadra e inspirou a abertura de outras seis do tipo na Capital.O vice-presidente do Conselho de Feiras Ecológicas (CFE), Paulo Ludwig, percebe que há um crescimento na procura por produtos orgânicos. “Uma feira ecológica é mais que um mercado, elas só existem porque temos consumidores conscientes”, afirma Ludwig, que, além de integrar o conselho, é expositor na Feira do Bom Fim e cultiva frutas como goiaba, caqui, figo e morango na cidade de Viamão. Ele também nota que o público está aumentando nos últimos tempos, e um dos motivos são as polêmicas nas políticas ambientais nacionais. “Nossos consumidores estão apavorados porque toda semana aparece uma notícia diferente de um novo agrotóxico liberado pelo governo”, diz.

De acordo com o coordenador do Centro Agrícola Demonstrativo (CAD) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Rudinei dos Santos, as feiras ecológicas municipais envolvem 414 famílias e mais de 1,6 mil agricultores, divididos em mais de 50 associações, grupos e cooperativas.As feiras ecológicas também permitem que o consumidor entre em contato direto com o produtor – que, muitas vezes, é também o expositor – e conheça o caminho que o alimento faz desde o cultivo até a mesa. Em torno de 20% dos produtos comercializados nas feiras ecológicas de Porto Alegre, que vão de frutas e legumes até pães e geleias, são produzidos na zona rural da Capital. Os outros 80% são produzidos por agricultores de 54 municípios do Estado, que estão em um raio de até 200 quilômetros da Capital.Santos explica que está se discutindo uma lei específica para as feiras ecológicas que acontecem na cidade, porque a regulamentação atual cai na legislação que trata do trabalho dos vendedores ambulantes. “A nossa feira ecológica acontece em cima de uma resolução, mas resolução é um instrumento que fica um pouco engessado”, explica. Por isso, a secretaria vai trabalhar em conjunto com o CFE, que reúne associações, cooperativas, agricultores e representantes do poder público, como a Emater-RS e o Ministério da Agricultura, para elaborar um projeto de lei.A população do bairro interessado em sediar uma feira ecológica deve apresentar um abaixo-assinado ao CFE. A partir disso, representantes do conselho visitam o bairro e participam de reuniões com associações de moradores. Segundo Santos, ainda não há uma nova feira ecológica em encaminhamento, mas ele comemora que há uma descentralização delas, permitindo o acesso de pessoas de diferentes zonas da cidade. Já Ludwig diz esperar que os bairros acolham as feiras do mesmo modo que os habitantes do Bom Fim acolheram a FAE. Hoje, de acordo com estimativas da SMDE, a Feira do Bom Fim tem um público estimado de 17 mil pessoas por edição. “Todos os sábados, somos todos Bom Fim. É um bairro que nos acolheu, que nos defendeu”, afirma. “É o embrião de todas as feiras, uma construção coletiva que deu certo.”

Onde encontrar

Terças-feiras

Feira Ecológica do Bairro Auxiliadora

Local: Travessa Lanceiros Negros

Horário: das 7h às 13h

Quartas-feiras

Feira Ecológica do Bairro Petrópolis

Local: Rua General Tibúrcio, parte lateral da praça Ruy Teixeira

Horário: das 13h às 18h

Sábados

Feira Ecológica do Bom Fim

Local: Avenida José Bonifácio, 675

Horário: das 7h às 13h

Feira Ecológica Rômulo Telles

Local: Rua Rômulo Telles Pessoa, ao lado da praça André Forster

Horário: 7h às 13hFeira Ecológica do Bairro Tristeza

Local: Avenida Otto Niemeyer, esquina com a avenida Wenceslau Escobar

Horário: das 7h às 12h30min

Feira Ecológica do Bairro Três Figueiras

Local: Rua Coronel Armando Assis, ao lado da praça Desembargador La Hire Guerra

Horário: das 8h às 13h

Feira Ecológica do Bairro São Sebastião

Local: Rua Eduardo Maurel Muller

Horário: das 7h às 13h

Fonte: jornaldocomercio.com

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