Seminário na Expointer reúne cooperativas da agricultura familiar e governo para aperfeiçoar PAA

O Auditório da Ocergs na Expointer ficou lotado na tarde de quarta-feira (28) para o Seminário Regional de Cooperativismo, promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). Participaram 110 pessoas, entre representantes de cooperativas, do Exército e de instituições de ensino federais.

No evento, produtores e compradores de alimentos da agricultura familiar puderam dialogar sobre o processo de compra de produtos da agricultura familiar e de cooperativas por órgãos públicos, no contexto do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal, que em 2015 instituiu que os órgãos da União devem ter 30% das suas aquisições de alimentos provenientes da agricultura familiar.

A coordenadora de Compras Institucionais do Ministério da Cidadania, Viviane Albuquerque, mostrou no seminário que a aquisição de alimentos da agricultura familiar pela União tem potencial para chegar a R$ 328 milhões no Rio Grande do Sul. No ano passado, porém, foram movimentados cerca de R$ 60 milhões, valor que representa 61% dos 30% que constituem a meta do PAA. Ou seja, a agricultura familiar ainda tem muito espaço para crescer no Estado. Para Viviane, o valor do seminário, “mais do que esclarecer o que é o PAA, é promover esse encontro das duas partes envolvidas”.

Entre os compradores dos produtos de agricultura familiar, estavam presentes representantes de diversas unidades militares no Rio Grande do Sul, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Ifrs) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Segundo o primeiro-sargento Leandro Luís da Silva, o Exército já é comprador dos produtos de agricultura familiar e tem bons resultados neste negócio, mas a aquisição ainda é um pouco complexa. “Estamos aqui buscando azeitar esse processo, para que ele seja melhor ainda, para que possamos usufruir mais ainda desse cooperativismo e da agricultura familiar”, afirmou.

Os produtores foram representados no evento pelas cooperativas que integram. O cooperativismo, aliás, tem um papel central no âmbito do PAA. “Como eles produzem em pequena quantidade, não têm como vir aqui na capital trazer o produto, então se organizam em cooperativas”, explicou o diretor do Departamento de Cooperativismo da Seapdr, Flávio Smaniotto. As cooperativas dão segurança aos potenciais compradores e, neste evento, objetivavam mostrar a eles “que temos produtos, que estamos organizados via cooperativas para entregar os produtos que eles precisarem”, destacou Smaniotto.

Com apenas 23 anos, Bruno Justin é vice-presidente da Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt). Ele destacou a importância do programa para o futuro da agricultura familiar. “A garantia da venda por meio da política pública é importante para garantir a sucessão rural, para que o jovem continue no campo, tendo geração de renda, qualidade de vida. E isso é fundamental para a gente pensar o futuro da produção de alimentos”, avaliou.

Para mostrar a qualidade da produção da agricultura familiar, as cooperativas, ao final do seminário, promoveram uma degustação de produtos. Os participantes do evento puderam conhecer e apreciar os alimentos, além de fazerem uma visita guiada ao Pavilhão da Agricultura Familiar.


Fonte: Expointer 2019 

Foto: Carolina Greiwe / Seplag

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