Encontro debate estratégias para o desenvolvimento do cooperativismo no RS, diz Sescoop/RS
O desenvolvimento do cooperativismo passa pela capacitação e envolvimento de agentes preparados para aplicarem em suas cooperativas as melhores práticas de gestão e governança. Com esse desafio, o Sescoop/RS reuniu 180 participantes nessa quinta-feira e na manhã desta sexta-feira (23), no Hotel Continental, em Porto Alegre, no Encontro dos Agentes de Desenvolvimento Cooperativista 2019. O evento foi aberto pelo gerente de Promoção Social do Sescoop/RS, José Zigomar Vieira dos Santos, que destaca o reflexo que o evento pode trazer para o desenvolvimento do sistema cooperativista gaúcho.
O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, ressalta a parceria estabelecida com as cooperativas gaúchas. “O Sescoop/RS quer trabalhar ainda mais em parceria com as cooperativas. E vocês são as pessoas que fazem essa ligação. Vocês cuidam de projetos importantes e foram escolhidos por seus dirigentes para fazer o trabalho de ligação com a nossa organização”, disse Perius. O dirigente ressalta ainda as três diretrizes do Sescoop/RS e o acompanhamento da gestão, para que as nossas cooperativas tenham maior eficiência e resultados. Ele destaca a importância da participação dos agentes. “Discutam, sugiram e juntos iremos melhorar o processo de capacitação em nossas cooperativas. Faço um apelo ainda para que lutem pelos recursos do Sistema S. Nós no Sescoop/RS aplicamos 76% na área fim, o que justifica plenamente a nossa atuação”.
O superintendente do Sescoop/RS, Gerson José Lauermann, destaca a relevância do trabalho dos agentes a partir das novas diretrizes do Sescoop, o que trará mudanças para melhor utilização dos recursos e prestação de contas das cooperativas nos projetos utilizados com esses recursos.
A analista técnica do Sistema Ocepar, Ketlyn Sharon Zipperer Mali, ressalta a importância do papel do agente no processo de desenvolvimento da cooperativa no estado do Paraná, um modelo benchmarking. “O agente tem o papel de fortalecer a integração entre o Sescoop/PR e a cooperativa, ele deve antecipar as necessidades de treinamento e garantir a assertividade dos treinamentos. É muito importante que o agente esteja comprometido com os prazos estabelecidos e que administre os recursos conforme o planejamento”, explica.
Ketlyn comenta que os agentes de desenvolvimento cooperativista atuam dentro de um ciclo de responsabilidades, que parte do Plano Estratégico de Desenvolvimento Cooperativo (PEDC), passando pelas etapas de planejamento, criação do projeto, execução, prestação de contas e avaliação.
Investimentos em Formação Profissional e Promoção Social
Com o direcionamento estratégico Paraná Cooperativo 100 (PRC 100), o Sistema Ocepar busca alcançar a marca de R$ 100 bilhões em faturamento nas cooperativas paranaenses até 2020. E para isso, a Ocepar divide o PRC 100 em cinco pilares estratégicos: financeiro, mercado, cooperação, infraestrutura, e governança e gestão. “Não abrimos mão da filosofia, dos valores e princípios do cooperativismo, e também não abrimos mão do desenvolvimento humano, econômico, social e ambiental, e do Programa de Autogestão do Sistema”, complementa Ketlyn.
O orçamento aplicado em treinamentos pela Ocepar foi de R$ 45 milhões em 2018, sendo R$ 37 milhões em Formação Profissional, com ênfase no desenvolvimento técnico das cooperativas, e quase R$ 8 milhões em Promoção Social. O sistema cooperativo paranaense realizou cerca de 9 mil eventos, com 5 mil turmas, com mais de 124 mil horas de treinamento e mais de 251 mil participações.
Ketlyn apresentou alguns projetos desenvolvidos pela Ocepar em Formação Profissional e Promoção Social, em 2018. O Programa de Inovação do Cooperativismo Paranaense teve início no ano passado e contou com a participação de 470 pessoas, envolvendo 70 cooperativas, com 14 turmas distribuídas em 11 cidades. O Programa de Formação de Agentes congregou 19 eventos e envolveu 185 participantes de 47 cooperativas, em três regiões do Paraná.
Cultura da Inovação como Diferencial Competitivo
Durante a manhã dessa quinta-feira (22/8), o palestrante Allan Costa falou sobre a cultura da inovação como diferencial competitivo. Para ele, inovar pressupõe três ações fundamentais e necessárias: motivação, cultura e mentalidade. Entretanto, Costa defende a ideia de que não existe inovação sem entrega de resultado econômico. “Inovação tem que gerar receita, tem que gerar nota fiscal no final do dia. O foco também deve estar voltado ao valor agregado e a experiência, pois as pessoas não compram mais produtos e serviços, elas buscam experiências”, afirma.
O palestrante salienta que para inovar é necessário estar atento à conveniência, sempre com foco na consciência de utilizar o recurso do tempo do cliente e entregar algum tipo de benefício para ele. Além disso, Costa cita a eliminação de atrito e os novos modelos de negócio como vias da inovação, mas alerta que as atitudes dos líderes devem servir de exemplo e moldar a cultura de inovação dentro das empresas. “A cultura é o maior empecilho a se criar o processo de inovação. O líder molda a cultura, as pessoas prestam atenção nas atitudes, no exemplo da liderança”, complementa.
Diretriz de Atuação do Sescoop
A Diretriz de Atuação do Sescoop e os instrumentos de avaliação e diagnóstico foram abordados pelo gerente de Monitoramento do Sescoop/RS, José Máximo Daronco. “O diagnóstico nos permite olhar para dentro das cooperativas e para fora, para o contexto, em busca de oportunidades e desafios. Com o conhecimento dessas informações, podemos desenvolver um estudo que subsidia as estratégias a serem implementadas. A partir disso, temos as definições das temáticas para as soluções de desenvolvimento de acordo com as necessidades da cooperativa”, afirma.
Daronco explica que todo o trabalho é feito a partir de quatro eixos fundamentais: Identidade, Desempenho, Governança e Gestão. Eles estão incorporados aos programas de Autogestão do Sescoop, o Programa de Acompanhamento da Gestão das Cooperativas (Pagc), o Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (Pdgc) e o Programa de Desenvolvimento Econômico-Financeiro (GDA).
O gerente de Monitoramento do Sescoop/RS falou sobre as oportunidades que os programas de Autogestão e as capacitações dos agentes trazem para o desenvolvimento das cooperativas. Ele reforça que o Pedc é fundamental para otimizar a aplicação dos recursos e esforços, visando maior assertividade e o pleno desenvolvimento econômico-financeiro, social, funcional, ambiental, técnico, cultural e artístico.
Planejamento e Execução de Projetos
Durante o período da tarde, o gerente de Formação Profissional, Helio Oliveira, apresentou para os agentes a Resolução Sescoop/RS n° 132/2019, que passa a entrar em vigor a partir de 1° de janeiro de 2020 e traz reflexos para o orçamento de 2020. A nova resolução aprova o Programa de Eventos do Sescoop/RS e revoga as Resoluções Sescoop/RS n° 92/2016, n° 93/2016, n° 120/2018, n° 125/2019 e n° 127/2019.
Entre as novidades, a partir da nova resolução a cooperativa passa a poder utilizar 30% do valor recolhido anualmente ao Sescoop/RS para ações descentralizadas – anteriormente ficava limitado a 25%. Outra mudança se dá no plano de eventos, no qual não será mais necessário que a cooperativa junte as quatro certidões. A partir de agora, como o Sescoop/RS não terá mais que transferir recursos para a cooperativa, pois fará o pagamento direto para o prestador de serviços, basta que a cooperativa esteja regular diante da Ocergs e do Sescoop/RS na data de aprovação do evento.
Outra mudança refere-se ao prazo para encaminhamento pela cooperativa do Plano de Eventos para aprovação, que diminui de 40 para 15 dias antes do início do evento. “Essa foi uma grande conquista, que é possível a partir da criação de um comitê que irá se reunir semanalmente, o que altera o fluxo de aprovação dos planos de eventos, agilizando e facilitando o processo para as cooperativas”, explica Helio Oliveira.
O gerente de Formação Profissional ressalta que o acesso aos recursos do Sescoop/RS, a partir de 1° de janeiro de 2020, passa a estar condicionado à participação da cooperativa em, ao menos, um dos Programas de Monitoramento: Pdgc, GDA ou Pagc. “O planejamento deverá refletir as necessidades da cooperativa identificadas nos Programas de Monitoramento. Ele é a base para a criação dos Planos de Eventos”, afirma.
Termo de Cessão
As cooperativas poderão ceder o seu percentual, parcial ou totalmente, as suas Centrais, Federações e Confederações, mediante Termo de Cessão de Direitos, que deverá ser enviado ao Sescoop/RS até o dia 10 de setembro do ano anterior à execução dos projetos.
Cadastro do Público
No Plano de Eventos, as cooperativas terão um cadastro online do público beneficiário dos seus projetos, ficando sob sua responsabilidade a atualização do mesmo. Com essa alteração, na ocasião do evento, a cooperativa irá selecionar o público participante a partir do cadastro, o que gerará automaticamente as fichas de inscrições e a lista de presença, ajudando na desburocratização do processo.
Contratação com valor acima dos Valores de Referência (VR)
Outra novidade incorporada pela nova resolução permite às cooperativas a possibilidade de contratação por um montante acima dos Valores de Referência (VR), com apoio do Sescoop/RS, mediante contrapartida da cooperativa. “O Sescoop/RS pode contribuir com 40% do valor excedente e a cooperativa entra com a contrapartida de 60% do valor excedente”, comenta Oliveira.
Indicadores Estratégicos e Gestão por Indicadores
Na manhã desta sexta-feira (23/8), os presentes acompanharam a palestra de Fátima Regina de Toledo Pinto, que trouxe o tema “Indicadores Estratégicos e Gestão por Indicadores”. Fátima apresentou a importância de uma estratégia para qualquer instituição, e que dela sejam derivados planejamentos e indicadores para uma gestão mais qualificada.
Na sequência, a assessora de Comunicação, Ana Martha Bülow, falou sobre a importância da troca de ideias e pediu a colaboração de todos na pesquisa Cenário da Comunicação Cooperativista no RS, lançada no Encontro Estadual de Comunicação Cooperativista deste ano, que busca conhecer mais sobre as pretensões de carreira, visões de futuro e áreas de atuação dos profissionais que fazem a Comunicação no dia a dia das cooperativas.
O coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo – Escoop, José Máximo Daronco, apresentou os projetos atuais e futuros da Faculdade, cursos e missões, e explanou sobre as estratégias específicas dos programas Escoop Agro, Escoop Cred, Escoop Infra e Escoop Saúde. Daronco também abordou as novas metas da Escoop, focadas em inovação.
O professor Paulo Francisco fez a última palestra dessa edição e falou sobre o “Líder Resiliente”. Em frases de famosos, trouxe a importância da flexibilidade, resiliência e inovação para o progresso. Ao fim do evento, o superintendente do Sescoop/RS, Gerson José Lauermann, agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância do papel dos agentes para o cooperativismo.
Fonte: Sistema Ocergs-Sescoop/RS
Foto: Divulgação / Sescoop/RS