Pecuaristas comemoram recuperação de preços no mercado interno

A XV Feira de Novilhas e Ventres Selecionados, que colocará 500 animais em leilão no dia 29 de agosto, na Expointer, costuma ser um balizador para outros remates de primavera no Estado. E se estiverem corretas as expectativas de leiloeiros e pecuaristas que ontem participaram do lançamento do evento, na Federação da Agricultura do Estado (Farsul), a temporada é promissora. Apesar de a feira ser apenas de fêmeas, o otimismo vem com o aquecido mercado de terneiros.
“Para ter bons terneiros os criadores precisam de bons ventres para reprodução”, explica o coordenador da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong.

O representante da Farsul destaca ainda que os melhores preços estão fazendo a pecuária retomar importância perdida para agricultura nos últimos anos. De acordo com dados da Emater, o preço pago pelo quilo do boi passou de R$ 5,13 em agosto de 2018 para R$ 5,49 no início deste mês, alta de 7%.
De acordo com Mauro Pilz, da Estância del Sur, de Capão do Leão, apesar de as exportações de gado em pé não terem crescimento neste ano, o mercado é um bom nicho a ser explorado. Isso porque os compradores externos costumam pagar 15% acima do mercado doméstico, diz o produtor. E a quem estiver de olho nesse segmento, Pilz alerta para a necessidade de mudar o manejo dos terneiros e evitar a castração, uma exigência dos compradores internacionais.
Em 2018, o Rio Grande do Sul exportou cerca de 170 mil bovinos, mais de 90% para a Turquia. O bom volume, porém, não deve se repetir neste ano, avalia Pilz, que estima uma retração para 110 mil em 2019. De acordo com dados da Secretaria da Agricultura, de janeiro até agora foram embarcados apenas 61,9 mil bovinos pelo Porto do Rio Grande.
Na contramão da queda, Manoel Marcos da Silva, leiloeiro da Santa Úrsula Remates, que no ano passado comercializou cerca de 20 mil animais para fora do Brasil, estima que embarcará próximo de 30 mil animais para diferentes países em 2019. Além dos tradicionais compradores, como Turquia e Egito, os pecuaristas gaúchos estão de olho em novos territórios, como a Malásia.
Ainda na esfera internacional, a China também é um fator que pode ajudar a valorizar a pecuária de corte neste ano, diz o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia. Com a peste suína africana exigindo o abate de milhares de animais, o consumo de carne de gado deverá aumentar significativamente no gigante asiático, avalia o executivo da Febrac.

Fonte: Jornal do comércio
Foto: /MARCO QUINTANA/SISTEMA FARSUL/DIVULGAÇÃO/JC

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