Secretarias da Agricultura e Meio Ambiente se unem para efetuar controle do javali no Estado

Um plano construído com a participação de 25 instituições vai monitorar, controlar e prevenir a expansão dos javalis (Sus scrofa), um dos animais exóticos invasores que causam mais estragos à fauna e à flora do Estado. O Rio Grande do Sul aprovou neste mês o primeiro Plano Estadual de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali do país, inspirado no Plano Nacional publicado há dois anos.

O Plano Javali/RS, instituído pela portaria Sema nº 203, é coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e tem por objetivo conter a expansão territorial e demográfica do javali e reduzir seus impactos econômicos, sociais e ambientais. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) participou da elaboração do plano e desenvolve diversas ações, como  a vigilância sanitária com ações de coleta de amostras (sangue total ou soro), a normatização do transporte de carcaça e o monitoramento das áreas de maior incidência.

A Secretaria da Agricultura também realiza as capacitações em Monitoramento e Vigilância Sanitária de Suídeos Asselvajados, um curso desenvolvido e ministrado pelo Programa de Sanidade Suídea. “O treinamento já capacitou 750 agentes de manejo, aptos a desenvolver as atividades de acordo com a legislação estadual de vigilância sanitária e transporte de carcaças de suídeos asselvajados”, diz o secretário da Agricultura, Covatti Filho.

A Seapdr faz parte do Grupo de Assessoramento Técnico (GAT), junto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Sema. O grupo vai acompanhar a implementação e realização da monitoria e avaliação do Plano Javali/RS.

O Plano Javali/RS faz parte do Programa Invasoras RS, criado em 2018, e que tem como propósito implementar ações de detecção precoce, controle e monitoramento de espécies exóticas invasoras. Uma das iniciativas do programa, já em execução, é a formação de uma rede de colaboradores que contará com o apoio de pesquisadores de universidades públicas e privadas do Rio Grande do Sul. Para Dennis Patrocínio, analista ambiental da Sema e coordenador do Programa Invasoras RS, “essa união de forças irá contribuir para o mapeamento das iniciativas de manejo e controle de espécies exóticas invasoras no Estado e tornará a tomada de decisão mais assertiva”.

Histórico
O Plano Javali/RS começou a ser desenvolvido em 2017, com a participação de 25 instituições de diversas áreas de atuação – universidades, órgão públicos, instituições privadas e da sociedade civil, e tem prazo de vigência até janeiro de 2023.

O javali é uma espécie exótica invasora trazida da Europa no início do século 20. Hoje se prolifera e se expande rapidamente em diversas regiões. Os javalis causam danos à fauna e à flora, desencadeiam o assoreamento de corpos d’água e processos de erosão do solo, além de representarem um grave risco sanitário para a atividade pecuária.


Mapa da percepção do javali no Brasil – Foto: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


A vigilância constante desta espécie se dá porque o Rio Grande do Sul tem área livre de Peste Suína Clássica (PSC) reconhecida pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) desde 2015. E os javalis podem trazer riscos para os suídeos (porcos) domésticos porque podem ser reservatórios de vírus e fonte de infecções.

Mais informações sobre as ações da Seapdr estão disponíveis na página do Programa Nacional de Sanidade Suídea

Atividades do Plano Javali/RS que competem à Seapdr:
Identificar as lacunas e antinomias legais que prejudicam a efetividade do controle do javali e operações de fiscalização

Recomendar medidas de biosseguridade que impeçam o contato de javali com suínos domésticos através de documento legal (coordenação da Seapdr)

Avaliar o arcabouço legal sobre transporte e destinação final do javali abatido oriundo do controle

Criar métodos para alerta e detecção precoce

Elaborar protocolo para prevenção da expansão dos javalis

Definir uma política sobre criações de suínos de subsistência (boas práticas), sob coordenação da Seapdr

Capacitar agentes de manejo populacional para coleta de amostras biológicas (coordenação da Seapdr)

Investigar o perfil sanitário e epidemiológico nas populações de javali e os impactos na Saúde Única do Brasil (coordenação da Seapdr)

Articular participação na indústria/PNSS da suinocultura nas ações de prevenção, monitoramento e controle do javali (coordenação da Seapdr)

Realizar workshop com Argentina e Uruguai

Monitorar a execução do Plano de Controle do Javali em todas as esferas

Integrar a política de controle de javali nas políticas estaduais de manejo de exóticas, unidades de conservação, sanidade animal e outras

Consolidar os dados existentes sobre a espécie

Elaborar um plano de comunicação para oferecer suporte para as ações de controle do javali
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) 
Foto: Divulgação / MMA

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