Modalidade feminina também será julgada por mulheres na Final do Crioulaço
Grande novidade para as competidoras. Pela primeira vez no Crioulaço a categoria Laço Prenda será julgada por mulheres. A competição acontecerá juntamente com a final do Crioulaço, em Esteio/RS, e as avaliações da prova ficarão a cargo das juradas Renata Barbosa Fischer e Flaiane Chaves Costa.
Amante do Cavalo Crioulo e praticante do laço desde muito nova, Renata será uma das juradas responsáveis pela avaliação. Seguindo os passos do pai, Renata o ajudava com os cavalos de cabanha da família até decidir ter sua própria criação. Hoje, a propriedade da ginete está próxima de completar 27 anos de existência e Renata continua tão apaixonada por seus animais quanto sempre foi.
Um dos grandes marcos da laçadora, segundo ela, foi ter sido uma das primeiras mulheres a estar presente na primeira prova feminina da raça. “Fui a pioneira junto com outras mulheres. Participei da primeira prova feminina da raça, isso deve ter sido lá em 1993 e fiz parte disso com muito orgulho”, declara Renata que também conta sobre a honra em ter sido convidada a fazer parte do júri. A criadora ressaltou a importância de ter mulheres ocupando cada vez mais espaço no cenário competitivo: “acho importante nós mulheres estarmos fazendo parte disso. Focadas, ajudando e participando. É importante trazer mais a presença feminina para dentro da modalidade.”
Não muito diferente da história de Renata, Flaiane, segunda jurada que irá avaliar o Laço Prenda, também teve seus primeiros contatos com o Cavalo Crioulo muito cedo. Aos três meses de idade seu avô a levou para um passeio em sua égua – que recentemente havia parido uma potra – para apresentar as “novas crias” para a vizinhança. De lá para cá, sua proximidade com o Crioulo vai muito além de uma forma de sustento. “Resumidamente, o Cavalo Crioulo é a minha vida”, relata a criadora que ainda completa: “minhas mãos calejadas não são motivo de vergonha, são motivo de orgulho por fazer aquilo que amo.”
Para Flaiane, ter uma categoria dedicada exclusivamente para mulheres é uma grande conquista, mas ainda existem barreiras para serem quebradas. “A escolha por um júri composto por mulheres prova que a ABCCC acredita em nosso potencial. As mulheres têm muito conhecimento e também são capazes de estar a frente de uma comissão julgadora”, afirma Flaiane. A criadora revelou, ainda, a sensação de “estar no caminho certo” ao receber o convite para compor o corpo de jurados da competição.
De acordo com Marcelo da Cruz Corrêa, coordenador do Crioulaço, o Crioulo vem ganhando cada vez mais espaço e a categoria feminina está crescendo paralelamente. As categorias femininas vêm como forma de dar ainda mais visibilidade para as mulheres e possibilita que elas sejam inseridas, cada vez mais, nas competições e no cenário crioulista. Ainda segundo Marcelo, a coordenação sempre acreditou que o Laço Prenda seria uma modalidade muito forte e a iniciativa de ter mulheres julgando a categoria reforça essa luta por elas.
Vale lembrar que o Laço Prenda, prova a ser julgada por Renata e Flaiane, ocorrerá junto a Final do Crioulaço que teve sua data alterada para janeiro de 2020, entre os dias 16 e 19. A decisão da mudança de mês da Final tem como propósito favorecer as condições climáticas durante o evento, uma vez que no verão as chances de longos períodos de chuvas são menores e os dias são mais longos, possibilitando um melhor aproveitamento dos dias de provas.
Fonte: ABCCC
Foto: Felipe Ulbrich