Paraná planta área menor de trigo, mas terá safra superior

Cenário internacional também traz preocupações para os produtores brasileiros.

O Paraná, maior produtor de trigo do país, está semeando uma área menor, mas colherá mais do que em 2018. Após um período de chuva intensa, que deixou o solo com boa umidade, o clima está seco há duas semanas, permitindo a entrada das plantadeiras no campo.

O resultado é que o plantio se desenvolve bem e está bastante adiantado em relação ao dos anos anteriores. Hugo Godinho, analista de trigo do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Agricultura do Paraná, diz que 87% da área destinada ao cereal já foi semeada.

O produtor, que não estava muito animado no início da safra, continua ainda apreensivo pelo que vem pela frente.
mercado interno depende do dólar, e a moeda americana já chegou a ser negociada a R$ 4,10 neste ano. Esse patamar dificulta importações e dá maior margem ao produtor nacional.

Se o dólar cair e chegar, por exemplo, a R$ 3,50, vai facilitar as importações e reduzir os preços internos pagos aos produtores.

“É um momento difícil para avaliações”, diz Godinho. A única coisa certa é que os argentinos terão maior presença no mercado brasileiro.

O cenário internacional também traz preocupações para os produtores brasileiros. Os argentinos estão aumentando a área e terão mais trigo para exportar.

As importações poderão vir também de outros países. O governo de Jair Bolsonaro (PSL) retirou a alíquota de 10% das importações do cereal de outras regiões fora do Mercosul.

O resultado é que, dependendo do valor do dólar, até o trigo da Rússia ficará competitivo no país. Os russos assumiram a liderança nas exportações mundiais, desbancando os Estados Unidos. Nesta safra, deverão produzir 80 milhões de toneladas, acima dos 72 milhões do ano anterior.

A área a ser semeada no Paraná deverá recuar para 1 milhão de hectares neste ano, 100 mil menos do que em 2018.

Já a produção, após ter recuado para 2,8 milhões de toneladas em 2018, poderá atingir 3,2 milhões neste —esse pelo menos é o potencial de produção, se tudo der certo, segundo o analista do Deral.

O preço da saca de trigo é R$ 46, um valor que ainda cobre os custos de produção

Fonte: Folha de S.Paulo

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