Nacional de Rústicos é palco para curso de seleção e melhoramento genético
Um olhar atento, caneta e papel em mãos, os acadêmicos de Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e Agronegócio da Universidade Federal de Santa Maria (Ufms) aproveitaram o Curso de Seleção e Melhoramento Genético da Angus realizado nesta quarta-feira (15), durante a programação da raça na 13ª Nacional de Rústicos de Santa Maria (RS). Entre os pontos levantados, as características importantes de seleção como o peso ao nascer, peso do desmame, peso ao sobreano, conformação, precocidade, musculatura, rusticidade, habilidade materna, tamanho e pelame foram destaque. “No mundo acadêmico, acabamos recebendo uma base bastante teórica, mas são nesses eventos que percebemos na prática como funciona o nosso futuro ambiente profissional”, destacou a acadêmica de Medicina Veterinária Luísa Dorsh Ferreira.
Iniciando os trabalhos, o presidente Conselho Deliberativo Técnico da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) e diretor da Angus, Flávio Montenegro Alves, explicou sobre a importância de selecionar corretamente os bovinos. Segundo ele, conhecer o indivíduo geneticamente, integrar avaliação de fenótipo e genótipo e eliminar animais improdutivos fazem grande diferença no rebanho. Também ressaltou para a importância de escolher bem os futuros reprodutores, fazer descarte de vacas (habilidade materna, fertilidade e IEP) e conhecer profundamente as linhagens com que se trabalha. “Não podemos escolher um terneiro baseado apenas no fenótipo, precisamos ter informações sobre o genótipo. Isso demonstra a qualidade do animal”, disse.
Já para o gerente de Fomente da Angus, Mateus Pivato, é fundamental trabalhar com quatro pilares bem definidos: genética, nutrição, sanidade e manejo. “Na genética, buscamos aumentar o potencial de produção, eficiência e ter produtos de alta qualidade”, explicou. Conforme Pivato, a Associação Brasileira de Angus vem incentivando a avaliação dos animais por meio da ultrassonografia de carcaça e, recentemente, implementando um projeto nacional de genômica. “Através da seleção genômica da raça Angus poderemos trabalhar com características como resistência ao carrapato e a capacidade e eficiência alimentar”, acrescentou.
A qualidade comprovada da carne Angus através do Programa Carne Angus Certificada também foi destaque entre os tópicos abordados. Ao total, o programa possui 40 unidades em 12 estados brasileiros. Segundo o levantamento da gerente nacional do programa, Ana Doralina Menezes, na hora de pagar a mais pela carne, o consumidor acaba observando aspectos como maciez, uniformidade, marmoreio, constância do produto na prateleira e questões relacionadas ao consumo sustentável. “O consumidor precisa ir ao supermercado e encontrar sempre a mesma qualidade no produto escolhido. Quando muda a qualidade, falta padronização”, pontuou. Para a gerente, o segredo do programa está na genética Angus, animais jovens e no bom grau de acabamento. “Na seleção de carne de qualidade, devemos buscar a precocidade de deposição de gordura, velocidade de crescimento, conformação carniceira, qualidade de carne e carcaça”, concluiu.
O curso de seleção e melhoramento genético acontece em parceria com o Encorte, evento já consolidado há 28 anos na Universidade Federal de Santa Maria. Para Mariana Moura Cherubini, uma das organizadoras do time Encorte, a troca de conhecimento é um dos pontos mais fortes proporcionados pelas palestras. “Nesses encontros vêm acadêmicos de diversas áreas. Então, além de conhecer diferentes nichos de mercado, eles acabam fortalecendo a integração entre os cursos”, disse ela, comemorando que as inscrições para participar da palestra se esgotaram nos três primeiros dias de divulgação.
Fonte: Associação Brasileira de Angus (ABA)
Foto: Leticia Breda / ABA