Audiência pública discute em Brasília o endividamento do agro gaúcho
Dezenas de produtores rurais gaúchos chegam nesta terça-feira (5), em caravana, a Brasília, para participar de uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Serão discutidos o endividamento do setor e a demora na solução para a retomada de crédito e o plantio da safra de verão. A proposta é de autoria do deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS).
A agenda será realizada às 10h, em conjunto com a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, a pedido do deputado federal Afonso Hamm (PP/RS). Van Hattem destaca que muitos produtores rurais ainda não conseguem acessar os recursos, devido à ausência de um fundo garantidor ou por já terem atingido seus limites de crédito com os bancos. Para ele, o dinheiro enviado ao Estado é insuficiente.
“Estamos travando na Câmara dos Deputados o debate sobre os recursos destinados a atender o agro do Rio Grande do Sul. O valor liberado pelo governo, via BNDES, esgotou-se em menos de 10 minutos. Muito pouco e de difícil acesso! O agro gaúcho não suporta mais esperar. Urge um debate que gere soluções mais eficientes”, afirmou o presidente da comissão externa.
Nesta segunda-feira (4), a coordenadora do movimento SOS Agro RS Grazielle de Camargo, que deverá participar da audiência, tentava ainda apurar se os R$ 5 bilhões adicionais liberados para o setor na semana passada e cuja operacionalização foi aberta na sexta-feira já haviam se esgotado novamente. Segundo ela, falta transparência na divulgação dos números.
“Não sabemos se (o dinheiro) já esgotou outra vez. Precisamos resolver essa situação definitivamente. O momento requer união e comprometimento do governo federal, que tem a responsabilidade e a competência para viabilizar uma solução. As propostas não contemplam a necessidade, e as soluções são inexeqüíveis”, diz a produtora.
Entre os convidados para a audiência pública também estão representantes dos Ministérios da Fazenda e da Agricultura e Pecuária, das Federações da Agricultura (Farsul) e dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil e Banrisul.
Fonte: Jornal do Comércio