Entidades debatem perspectivas e potencial do uso de bioinsumos no setor agropecuário do Rio Grande do Sul

Um painel sobre as perspectivas e o potencial do uso de bioinsumos no Rio Grande do Sul reuniu representantes da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII). O evento ocorreu, nesta segunda-feira (26/8), no estande do governo do Estado na 47ª Expointer e abordou o uso dessa tecnologia como meio de aumentar a eficiência e a resiliência do sistema de produção agropecuário.

Considera-se bioinsumo qualquer produto, processo ou tecnologia de origem biológica, como animal, vegetal ou microbiana, para uso na produção, no armazenamento ou no beneficiamento em sistemas agropecuários, aquáticos e florestais. Esse material é utilizado na agricultura para promover o crescimento das vegetações, aprimorar a saúde do solo e controlar pragas e doenças de modo mais sustentável.

Um dos bioinsumos disponíveis no mercado é o inoculante biológico. Um exemplo de sucesso na utilização dessa tecnologia na agroindústria é a cultura da soja no Brasil, para a qual foi desenvolvida uma técnica para fixar o nitrogênio do ar nas raízes das plantas por meio de bactérias, conforme explicou o palestrante Luciano Kayser, pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Seapi.

A inoculação representa um dos pilares de sustentabilidade da produção de soja no país e resulta em benefícios para o produtor, por se tratar de uma prática com um investimento menor, e na minimização de problemas ambientais.

Durante sua fala, Kayser apresentou um panorama do uso de bioinsumos no Estado e dos desafios enfrentados para disseminar informações sobre a temática no setor agropecuário. “Mais do que trazer novos conhecimentos, o mais importante é utilizar informações que já temos, que estão consolidadas, porque há muitas práticas corretas que foram abandonadas por produtores”, afirmou.

Depois da abordagem do cenário do Rio Grande do Sul, o diretor-executivo da ANPII, Solon Cordeiro de Araújo, explicou como o uso dessa tecnologia cresceu no Brasil. De acordo com Araújo, o país produz em torno de 200 milhões de doses de inoculantes. Na soja, 86% dos agricultores utilizam esse tipo de bioinsumo anualmente. 

Em comparação com o panorama nacional, o Rio Grande do Sul ainda investe pouco no uso dessa tecnologia, chegando a uma marca de cerca de 60%. “É fundamental que a gente comece a mudar essa história de que o gaúcho não usa inoculante. Há um aumento de produtividade com baixíssimo investimento. Tem um arsenal enorme de produtos biológicos para uma grande parte dos problemas que nós temos na agricultura. Precisamos compilar os dados da pesquisa mostrando as vantagens da inoculação e transformar essas informações em uma linguagem de comunicação, para difundir o conhecimento a um público maior”, disse Araújo.

Ao fim do encontro, mediado pelo pesquisador do DDPA da Seapi, Jackson Brilhante, houve um compartilhamento de experiências entre os palestrantes e o público.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação

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