Trigo não teve maiores impactos com a geada
A última semana iniciou com chuvas na maior parte das regiões do Estado, seguidas por forte onda de frio que derrubou as temperaturas e provocou geada em vários dias consecutivos. Em algumas localidades ocorreu neve. De acordo com o Informativo Conjuntural produzido e divulgado, nesta quinta-feira (05/08), pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), em geral, nas lavouras de trigo em desenvolvimento vegetativo (96%) não houve maiores impactos, em virtude de as plantas serem tolerantes às baixas temperaturas. Os 4% restantes das áreas cultivadas estão na fase de floração. Com o retorno da umidade dos solos, os produtores deram continuidade aos tratos culturais.
Na regional de Santa Rosa, 20% das lavouras de canola estão em desenvolvimento vegetativo, 55% em florescimento, 21% na fase de enchimento de grão e 4% já se encontram em maturação. O clima vinha favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras, a boa população de plantas e a ausência de pragas e doenças. No entanto, as sucessivas geadas desde o final de julho tendem a reduzir a produtividade, diante do abortamento das flores e/ou má formação das síliquas. As primeiras avalições das perdas nessas lavouras indicam redução de 4% na produtividade projetada em 1.578 quilos por hectare.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, os cultivos de aveia branca graão se encontram no final do desenvolvimento vegetativo e em estágio de alongamento do colmo, evoluindo rapidamente para a emissão da panícula (estrutura reprodutiva) e da floração. As lavouras têm se mantido com bom desenvolvimento, apesar de pequenos danos provocados pelas fortes geadas naquelas em estágio mais avançado.
Nas regionais de Frederico Westphalen, Soledade, Erechim e Ijuí, as geadas ocorridas na semana determinaram efeitos sobre as lavouras de cevada, em particular, nas que se encontram em fase de florescimento. Produtores e técnicos da Emater/RS-Ascar entendem que a cultura evoluirá e que as plantas podem se recuperar. Eventualmente, os problemas podem ficar para a colheita, uma vez que os grãos destas áreas possivelmente estarão mais atrasados e com maior umidade. Em geral, as áreas em fase desenvolvimento vegetativo atingidas por geadas não receberam adubação nitrogenada em cobertura e nem aplicações de herbicidas. Já nas regiões produtoras em que ocorreram precipitações em 26/07, as condições foram adequadas para a realização dos tratos culturais.
Olerícolas
Na regional de Ijuí, as temperaturas baixas e a formação de geada comprometeram o desenvolvimento das hortaliças cultivadas a campo e não provocaram danos nos cultivos protegidos. Folhosas cultivadas a campo – alface, repolho e couve, apresentam danos na ordem de 30% nas folhas. Os cultivos de repolho e couve têm condições de recuperação; nos de alface, o impacto na produtividade foi maior, com plantas totalmente queimadas pelas geadas. Na cultura da beterraba também ocorreu queimadura nas folhas e perdas de plantas em estádios iniciais de desenvolvimento; as perdas foram maiores em Ijuí e Panambi. Produtores iniciaram o preparo das áreas, sementeiras e estufas para a implantação das culturas de verão, em especial pepino, vagem e tomate. Não há produção de pepino no momento.
Frutícolas
Na regional de Santa Rosa, as geadas de julho causaram queda de flores do morango cultivado em áreas não protegidas, provocando redução na produção de frutos. Nos cultivos de morangos em estufas, o prejuízo na produção foi pequeno. Mamoeiro e bananeira sofreram grande perda com a geada. Frutíferas como videira, caqui, figo e as da família das rosáceas encontram-se no final do período hibernal, com algumas variedades precoces de rosáceas emitindo as primeiras floradas, perdidas com as geadas ocorridas em julho. Em finalização as podas dessas frutíferas e também os tratamentos com caldas para prevenção da sanidade vegetal, com controle de cochonilhas, micélio e esporos de fungos; segue a aplicação de adubo orgânico. Citros em processo final de colheita. Com as geadas ocorridas na região, a tendência é de os frutos de bergamotas apressarem o final de maturação e começarem a cair.
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Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural