Chuva volta ao RS no fim de semana mas fica por pouco tempo
Meteorologista da Somar afirma que a má distribuição das precipitações no estado complicam a situação das lavouras de soja e fumo
Algumas lavouras não conseguiram se recuperar mesmo com a volta da umidade no leste do Rio Grande do Sul. Desde de janeiro do ano passado, lavouras de fumo e soja do estado sofrem com chuvas abaixo da média. “A única exceção foram os meses de junho e setembro de 2020, com chuva ligeiramente acima da média, e em outubro e dezembro, quando o volume atingiu o esperado”, diz Fábio Luengo, meteorologista da Somar.
Já a soja do Paraná se desenvolve bem e tem 80% das lavouras em condições boas. A chuva atrasou no início do ciclo, mas agora está ajudando na fase mais importante que é a de enchimento de grãos, quando a planta tem alta necessidade hídrica.
Previsão do tempo
Neste fim de semana, a chegada de uma nova frente fria deve favorecer os produtores, o problema é que a umidade não dura muito e até o fim de janeiro, as lavouras do Rio Grande do Sul vão voltar a receber pouca chuva principalmente no centro-sul do estado.
Neste sábado, 16, uma nova frente fria se aproxima da região sul do Brasil, e quando combinada ao transporte de ar quente e úmido proveniente da região amazônica, favorece a formação de nuvens carregadas e fortes temporais pelos três estados da região Sul. Atenção mais que especial ao centro-sul do Rio Grande do Sul, mas especialmente em áreas da Campanha, onde os acumulados de chuva tendem a ser bastante elevados e há risco para transtornos, como alagamentos, transbordamento de rios e córregos e enxurradas.
“O grande problema tem sido a má distribuição da chuva por conta do La Niña. Alguns momentos a chuva falta e em outros vem forte demais e também acaba prejudicando”, diz Luengo.
Chove forte também no Sudeste e Centro-Oeste nos próximos dias. No norte de São Paulo, áreas de cana-de-açúcar receberão mais de 90 milímetros, o que pode diminuir os índices de ATR – Açúcar Total Recuperável das lavouras. Em Mato Grosso, a chuva vai diminuir nos últimos dias de janeiro, o que vai coincidir com o início de boa parte da colheita no estado. Em áreas do Norte e Nordeste, a chuva vem mais isolada.
No Nordeste, chama a atenção a diminuição da chuva entre o fim de janeiro e início de fevereiro, o que pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras. Mesmo sendo La Niña, o que favoreceria a chuva no Nordeste, temos a influência do oceano Atlântico que não está tão aquecido na costa da região, contribuindo para o regime de chuva.
Fonte: Canal Rural