Gafanhotos: calor favorece deslocamento de nuvens e prejudica combate
Além disso, de acordo com técnicos do Senasa, desde sábado, uma das nuvens chegou a se deslocar quase 250 quilômetros em três dias
As altas temperaturas nos últimos dias na Argentina, têm provocado o deslocamento das cinco nuvens de gafanhotos no norte do país, de acordo com informações do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), que está em contato constante com técnicos e autoridades argentinas com técnicos do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa)
O Senasa divulgou um mapa geral da situação dos insetos, que colocam quatro províncias, Formosa, Chaco, Salta e Santiago Del Estero, em situação de perigo pela presença da praga. Outras sete províncias aparecem em situação de ameaça, pelo risco de deslocamento das nuvens: Jujuy, Tucuman, Catamarca, La Rioja, Córdoba, Santa Fé e Entre Rios.
Os técnicos do órgão seguem monitorando três nuvens em Salta, em regiões próximas às divisas com Formosa, Chaco e Santiago Del Estero. Outras duas nuvens seguem se deslocando em Santiago Del Estero – na verdade, são três grupos e insetos na província, já que os técnicos consideram que uma das nuvens se dividiu em duas.
Com o calor tornando as nuvens mais agitadas, os técnicos estão tendo dificuldades em localizar pontos de pouso dos insetos a tempo de preparar operações de pulverização. Além disso, no último final de semana uma das nuvens chegou a se deslocar quase 250 quilômetros em três dias.
A previsão do tempo para os próximos dias no norte argentino segue sendo de calor. Já o vento segue soprando para Sul e Sudoeste e deverá ficar mais forte até o final de semana, passando de uma média de 12 quilômetros por hora na semana para até 27 quilômetros por hora no próximo domingo.
Prontidão no Brasil
Enquanto isso, autoridades brasileiras seguem reforçando o alerta para enfrentamento da praga, caso as nuvens alterem o rumo de seu deslocamento. Mesmo com a nuvem mais próxima estando ainda a quase 600 quilômetros da fronteira gaúcha, também permanece a prontidão de cerca de 70 aviões oferecidos pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola para eventuais ações de combate à praga. Número que pode ser ampliado, já que o Estado conta com mais de 400 aeronaves agrícolas.
O Ministério da Agricultura declarou Emergência Fitossanitária para Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda em junho, quando uma nuvem de gafanhotos havia chegado à província argentina de Corrientes, na fronteira gaúcha.
Depois disso, o Ministério traçou diretrizes para ações de combate, inclusive relacionando princípios ativos químicos e biológicos que poderiam ser empregados contra gafanhotos. Em seguida, o governo do Rio Grande do Sul publicou seu plano de Contenção, contando com R$ 600 mil disponibilizados pelo governo federal.
A nuvem que circulou em junho por Corrientes foi neutralizada no final de julho em Federaración, província de Entre Rios, na fronteira com o Uruguai. Após as pulverizações com tratores e avião, as ações ali seguem com extermínio de pequenos grupos de insetos desgarrados, mas sem risco para os produtores gaúchos. Mas todo plano no lado brasileiro ainda segue valendo pelos próximos meses.
Fonte: Canal Rural