Santa Catarina bate recorde de exportação de carne suína em maio, com demanda puxada pela China
De acordo com analista, aumento nos embarques e no faturamento era esperado, mas o volume e receita recorde surpreenderam; expectativa segue positiva para 2º semestre
No mês de maio, o Estrado de santa Catarina bateu recorde de exportações de carne suína, atingindo 51,7 mil toneladas embarcadas e US$ 113,6 milhões de faturamento. Segundo o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Alexandre Ghiel, o setor esperava resultados positivos, mas o recorde foi uma surpresa. Os números são os maiores da série histórica do órgão desde 1997.
“Esse crescimento é, basicamente, por causa do aumento da demanda da China, que ainda não conseguiu controlar os surtos de Peste Suína Africana. China e Hong Kong, somados, representam 70% das compras de proteína suína catarinense nos primeiros cinco meses deste ano”.
A expectativa é que para o segundo semestre deste ano as exportações de carne suína de Santa Catarina (e do Brasil, de forma geral) continuem em bom ritmo, já que a China ainda tem um gap de proteína animal, e o governo do país asiático prioriza a segurança alimentar.
Um fator que podee trazer uma pitada a mais para as exportações de carne suína é a China ter pedido no início deste mês para que suas estatais não comprem carne suína dos Estados Unidos.
Segundo o Epagri/Cepa, os resultados obtidos em maio trouxeram um aumento de 44,4% no faturamento com as exportações de carne suína em relação ao mesmo período de 2019, e respondeu a 52,5% do total da proteína exportada pelo país.
No último mês, Santa Catarina aumentou os embarques para mercados importantes como China (+53,6%) , Hong Kong (+78,4%), Japão (+2,1%) e Cingapura (+101,2%).
Acumulado do ano
De janeiro a maio, Santa Catarina embarcou mais de 198,3 mil toneladas de carne suína, gerando receitas de US$ 451,8 milhões.
São justamente as exportações que devem motivar o aumento de produção de suínos, ainda que a demanda interna brasileira esteja derrapando devido à crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. Segundo Ghiel, em 2019 o Estado aumentou em 6% a produção de carne suína, e a projeção para 2020, antes da pandemia, era para aumento de 4% a 5%.
“Mesmo com a demanda interna menor, a demanda externa deve motivar um aumento de produção, ainda que menor que o esperado, em torno de 2% a 3%”, disse.
Fonte: Notícias Agrícolas