Assistência técnica do Senar auxilia olericultores em SC
O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedroso, destacou que a produção de frutas, legumes e hortaliças é relevante em Santa Catarina. O Estado é o maior produtor de cebola do Brasil e um dos maiores produtores nacionais de maracujá e morango. Quando o assunto é cultivo orgânico, os dados também impactam. Segundo o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, os catarinenses ocupam a quarta colocação no País – são mais de 7% dos produtores registrados. Dos 1.251 agricultores certificados no Estado, 70% produzem hortaliças.
“Só na produção de cebola, são 18 mil hectares cultivados por mais de 8 mil agricultores e uma colheita anual de cerca de 500 mil toneladas. A cultura movimenta cerca de R$ 370 milhões por ano no Estado. São números importantes que mostram a força dos nossos produtores e a relevância da assistência técnica na produtividade”.
O auxílio dos técnicos, essencial em campo, também é enaltecido pelo superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi. Ele cita que apesar do período de dificuldades na produção, os olericultores não deixaram de ter resultados. O programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em olericultura do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), realizado em parceria com os sindicatos rurais de Rancho Queimado, Massaranduba e Rio dos Cedros, atende atualmente 77 propriedades em 14 municípios.
Todas as atividades são acompanhadas pelos supervisores regionais do Senar/SC, Sueli Silveira Rosa, no Sul e Darci Aloisio Wollmann no Vale do Itajaí. O objetivo é supervisionar a produção dos olericultores, auxiliar no trabalho de campo e orientar no gerenciamento da atividade e na gestão dos negócios.
“A ATeG se torna ferramenta fundamental neste processo por capacitar os produtores para o gerenciamento das atividades. Esse olhar técnico faz toda diferença no momento de crise”, ressalta Pedroso.
Neste período de pandemia e de estiagem em Santa Catarina, a ATeG tem auxiliado os agricultores na redução de custos, na otimização da atividade e na tomada de decisões para melhorar a produtividade. O setor foi um dos mais impactados pelas crises hídrica e sanitária e já soma 50% de perdas em algumas regiões do Estado.
Segundo a coordenadora estadual do programa, Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, a assistência dá suporte e direcionamento técnico aos produtores na gestão das propriedades. “Na olericultura – um ramo da horticultura – por ser uma atividade dinâmica, com vários cultivos conduzidos em um mesmo local, que exigem prazos curtos e decisões rápidas, o auxílio técnico é importante e faz toda a diferença. O trabalho do programa é repassar novas técnicas, formas de controle de pragas e doenças, além de alternativas viáveis de acordo com as características e o porte de cada produtor”, grifa Paula.
Para os produtores, a assistência tem gerado resultados. “A proposta do programa em auxiliar na organização e gestão para nós foi um divisor de águas porque a gente era acostumado a pegar na enxada e trabalhar, sem perceber a importância de analisar os números da produção. A presença e o convívio com os técnicos são muito importantes”, destaca a produtora Vanusa Kertischka. “Nós melhoramos muito a produção e a gestão da propriedade com a assistência técnica”, acrescenta Helmar Claus.
A região atendida pela ATeG olericultura produz mil toneladas de alimentos, movimentando R$ 2 milhões por ano. As principais culturas são palmeira real e pupunha, hortaliças folhosas (alface, rúcula, salsinha, cebolinha, couve, repolho e brócolis), micro vegetais, arroz, banana, maracujá e morango. Toda a produção abastece o mercado regional, agroindústrias de conservas (palmeira real e pupunha), cooperativas (arroz), além de centrais de abastecimento de Curitiba (maracujá), São Paulo e Rio de Janeiro (banana). Se não fosse a estiagem e a pandemia, os produtores da ATeG teriam muito a comemorar. Em 21 meses do programa, eles tiveram acréscimo de 17% na produção. “Neste ano atípico, o cultivo está parado e os desafios dos produtores é estabilizar a produção e reduzir custos”.
Fonte: Fecoagro/MB Comunicação