Agricultura apresenta dados e caminho para Estado ser declarado zona livre de aftosa sem vacinação

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) apresentou nesta quinta-feira (7) resultados preliminares da campanha antecipada de vacinação contra a febre aftosa, realizada de 16 de março a 24 de abril, e os próximos passos para o Rio Grande do Sul ser declarado zona livre de aftosa sem vacinação.

Este ano, os pecuaristas gaúchos vacinaram ao menos 90,09% do rebanho de 11.254.305 de animais (de um total de 12.492.170 milhões de bovinos e bubalinos). Os dados ainda estão sendo computados pela Seapdr e serão finalizados até 29 de maio. “O percentual de 85% já é considerado satisfatório, e a cobertura vacinal deve ser maior”, afirmou o secretário Covatti Filho, em live no Facebook.

Conforme o secretário, a decisão pela suspensão da vacinação contra a febre aftosa depende do trabalho técnico do Departamento de Defesa Agropecuária para implementar e manter as ações de controle da enfermidade, da anuência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio de auditorias, do interesse e comprometimento dos setores produtivos no processo e da articulação política – Executivo e Legislativo – para a sustentabilidade do programa. “Estamos preparando a secretaria para a mudança de status sanitário. Queremos tornar o Estado livre de aftosa, livre de vacina e livre para crescer e abrir mercados mais exigentes e que remuneram melhor”, ressaltou Covatti.

Passo a passo para a evolução do status sanitário

Neste mês de maio, inicia-se a contagem de um ano da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) para a certificação. Logo após, em agosto, o Mapa fará a supervisão de acompanhamento do plano de ação e marcará nova auditoria para setembro. Em seguida, o Mapa deve realizar nova auditoria e encaminhar pedido para deliberação da OIE, em outubro.  Em maio de 2021, a OIE pode reconhecer o Rio Grande do Sul como Estado livre de aftosa sem vacinação

Medidas do Estado

O Estado já apresentou o plano estratégico e os projetos técnicos e de planejamento para defesa de sanidade animal, com vigilância ativa, análise de rede e cuidados com a fronteira. De acordo com o secretário, a mudança de status sanitário será uma decisão técnica, não política. “Estamos trabalhando tecnicamente em consonância com entidades representativas do setor e órgãos governamentais e de fiscalização. Todas as decisões serão com base em análises técnicas”, garantiu Covatti.

A Seapdr elaborou plano de ação para atender às ações apontadas em relatório final de auditoria do Mapa. O plano contém 18 medidas, a maioria envolvendo correções de procedimentos como preenchimento de documentos e relatórios.

Os dois principais apontamentos dizem respeito à contratação de 150 auxiliares administrativos para ampliar o quadro de pessoal e de fiscalização e a aquisição de 100 veículos, sendo 72 pelo Estado e 28 pelo governo federal. Segundo o secretário adjunto da Seapdr, Luiz Fernando Rodriguez Junior, o Estado deve atender as medidas dentro do prazo estipulado, que é em agosto deste ano.

A Seapdr também já publicou instrução normativa proibindo venda e aplicação da vacina e impedindo o ingresso de animais vacinados no Estado nos próximos 12 meses. O prazo para digitação e envio dos relatórios oficiais da campanha de vacinação termina em maio.

Conforme a Seapdr, o custo anual estimado para a vacinação contra a febre aftosa é de R$ 228 milhões, considerando custos de vacina (US$ 2), logística, mão de obra e perda de peso dos animais – 20 milhões de cabeças, em duas etapas de vacinação.

Estrutura atual do Departamento de Defesa Agropecuária no RS

  • 324 Fiscais Estaduais Agropecuários – Médicos Veterinários
  • 86 – Fiscais Estaduais Agropecuários – Engenheiros Agrônomos e Florestais
  • 290 – Técnicos Agrícolas
  • 123 – Administrativos
  • 189 – Auxiliares de Serviços Rurais
  • 503 – Veículos
  • 26 – Vans, Trailers e Motor Home
  • 6 – Barcos
  • 3 – Caminhões

Distribuição das estruturas de defesa sanitária animal no RS

Distribuição das estruturas de defesa sanitária animal no RS

Pilares para o controle da febre aftosa

Pilares para o controle da febre aftosa

Melhoria na estrutura do Estado

Melhoria na estrutura do Estado

RS livre para crescer

  • Agregação de valor nos produtos e subprodutos em toda a cadeia de proteína animal.
  • Novos mercados para aves, suínos e bovinos.
  • Atualmente o Rio Grande do Sul não possui acordos comerciais com 70% dos mercados possíveis

RS livre para crescer na bovinocultura

  • Retorno da comercialização de “bovídeos vivos”, que representam 70% dos bovinos de alta genética.
  • Estímulo à produção da pecuária de corte, principalmente das raças europeias, reconhecidas pela sua excelente qualidade.
  • A cadeia de bovinos de corte poderá exportar animais vivos e material genético para países que exigem a condição sanitária de não vacinação;

RS livre para crescer na suinocultura

  • Estimativa é de que a cadeia de suínos acrescente nas exportações o valor de R$ 600 milhões anualmente.
  • Possibilidade de abrir, de imediato, mercado de: Japão, Coreia do Sul, México, Estados Unidos, Chile, Filipinas, China (c/osso) e Canadá

Principais produtos da pecuária

  • 802,7 milhões de aves
  • 12,4 milhões de bovinos
  • 9,7 milhões de suínos

Também participaram da live no Facebook o secretário adjunto da Seapdr, Luiz Fernando Rodriguez Junior, o direto do Departamento de Defesa Agropecuária, Antonio Carlos De Quadros Ferreira Neto, e o coordenador estadual do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, Fernando Groff.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

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