Arroz: Irga usa falcões e gaviões na proteção das lavouras

Os trabalhos de campo da Estação Experimental do Arroz (EEA) estavam sendo prejudicados por pombos-domésticos e chupins que se alimentavam dos cereais

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) está implantando um novo método de controle sobre as aves que causam danos nas lavouras da Estação Experimental do Arroz (EEA) da autarquia, em Cachoeirinha: a introdução de falcões e gaviões no cuidado às culturas cultivadas.

A gerente da EEA e engenheira agrônoma, Flávia Tomita, explica que os experimentos de campo estavam sendo prejudicados por pássaros que se alimentam de arroz, soja e milho. “As ações que vínhamos tomando já não tinham mais efeito. Usamos fogos de artifício para afugentar, redes para proteger as pequenas parcelas e até o uso de falcão robô. Mas a população de aves estava aumentando cada vez mais e as perdas eram significativas. Foi então que resolvemos contratar os serviços de falcoaria. Com isso, observamos uma diminuição da população dessas aves e uma queda na perda de experimentos em campo nesta safra. Estamos otimistas com a continuidade do serviço e acreditamos que com um controle prolongado da população teremos resultados ainda melhores”, revela.

As espécies pombo-doméstico (Columba livia) e chupim (Molothrus bonariensis) são as aves monitoradas que vinham causando estragos nas lavouras de Cachoeirinha. Os pombos, além de atacarem as sementes de arroz e soja durante todo o processo de plantio e colheita, possuem um ciclo reprodutivo muito rápido e, sem um controle de população local, o número de aves aumenta significativamente.

Já os chupins, cuja alimentação habitual na natureza é constituída principalmente de sementes, durante o processo reprodutivo não fazem seu próprio ninho, preferindo por seus ovos no ninho de outras aves para que essas criem os seus filhotes. Isso faz com que o chupim tenha um número maior de filhotes ao ano.

Foto: Julian Stocker

Com isso, por serem consideradas aves de rapina, os falcões e gaviões só pelo fato de estarem presentes na plantação já causam desconforto nas pombas e chupins, que presentem que a área não é segura para sua permanência. As aves são treinadas todos os dias por um falcoeiro e voam para capturar e afugentar sempre que grandes concentrações de aves atacam as lavouras.

Biólogo da empresa contratada, Julian Stocker comenta que o mais importante nesse trabalho é a forma como está sendo conduzido. “Através da falcoaria conseguimos inserir um predador natural neste ambiente. Além de ser uma forma ecologicamente correta de fazer o controle dessas aves, torna-se um trabalho de grande significância, pois só afeta as espécies pré-estabelecidas ou selecionadas”, afirma.

Stocker acrescenta que tudo é realizado dentro do que estabelece a legislação e ressalta que a empresa conta com as autorizações ambientais exigidas para a execução desse trabalho. As informações são da assessoria de imprensa do IRGA.

Fonte: Canal Rural

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