Calamidade no RS fecha comércio e restringe mobilidade para frear coronavírus

O estado de calamidade do Rio Grande do Sul, decretado nesta quinta-feira (19) pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para combate a pandemia do coronavírus, impõe medidas de restrição ao transporte coletivo de pessoas, operação do comércio, como fechamento de shopping centers, limitação no número de itens essenciais a serem comprados pela população e novo regime de funcionamento das empresas para evitar aglomeração de pessoas. 

“É um momento gravíssimo do ponto de vista econômico e de saúde das pessoas”, definiu o governador, ao detalhar as medidas em uma live pelo Facebook. “Minha recomendação é fiquem em casa. Estamos todos juntos e vamos todos superar este momento”, incentivou. É a primeira vez na história gaúcha que estado de calamidade é decretado. Leite adverte moradores do interior “que não entenderam que tem de mudar de hábitos”.

O transporte de ônibus interestadual está suspenso. Já o transporte intermunicipal está limitado a 50% da capacidade dos ônibus. Nas cidades, só podem circular ônibus com passageiros sentados.

No comércio, a determinação é que shopping fechem, mantendo abertos apenas supermercados, farmácias, caixas eletrônicos e restaurantes. No caso de serviços de alimentação, terá de haver redução da capacidade de atendimento.

As medidas, justificou Leite, servem para reduzir ao máximo a circulação de pessoas pelas cidades do interior. O conjunto de ações é mais duro do que o adotado pela prefeitura de Porto Alegre, que baixou decretos e situação de emergência na saúde na terça-feira (17). 

O decreto prevê que a área da Saúde do Estado pode requisitar a qualquer momento bens, equipamentos e profissionais da área para enfrentar a doença. 

Leite disse ainda que vai solicitar ao governo federal o fechamento das fronteira com o Uruguai e Argentina. “Esta é uma atribuição do governo federal, mas vamos solicitar”, adiantou o governador. A Argentina já fechou por 15 dias. 

Um dos efeitos do decreto é liberar limites fiscais para gastos. Leite preveniu que o impacto econômico que é dado como certo comprometerá as metas e as medidas nas finanças estaduais, indicando que o governo federal terá de tomar medidas para dar suporte financeiro aos estados. 

Leite admitiu que cogita adiar o recolhimento de ICMS já que setores terão dificuldades com queda de receitas, mas que dependerá da resposta e de novas ações federais para o Estado suportar as dificuldades de caixa que o adiamento do pagamento acarretará.

Medidas do decreto de calamidade no Rio Grande do Sul:  

Suspensão, fechamento e proibição:

  • Circulação e transporte de ônibus interestadual públicos e privados
  • Lojas em shopping centers (podem abrir supermercados, farmácias, caixas eletrônicos e restaurantes (com redução da capacidade)
  • Eventos e reuniões de qualquer natureza, de caráter público ou privado, incluídas excursões, cursos presenciais, missas e cultos religiosos, com mais de 30 pessoas
  • Fabricantes e comércio não podem elevar preços excessivamente de itens mais demandados na questão da pandemia na área da saúde, higiene e alimentação

Restrições:

  • Transporte intermunicipal só pode operar com até 50% da capacidade
  • Ônibus do transporte coletivo urbano apenas com passageiros sentados
  • Pessoas com problemas de saúde e consideradas de risco devem ter horários específicos para ir a estabelecimentos
  • Itens essenciais: haverá número limitado por consumidor, com quantidades definidas pelos estabelecimentos

Trabalho nas empresas de comércio e indústrias: Estabelecer turnos de trabalho para evitar maior demanda por transporte e reduzir riscos na circulação e  ambientes de trabalho. Uma das preocupações é distribuir a demanda por ônibus.   Mais medidas:

  • A Secretaria da Saúde do Estado pode requisitar a qualquer momento bens, equipamentos e profissionais da área para enfrentar a doença.
  • Ficam suspensos prazos administrativos de processos e prorrogados os  alvarás de estabelecimentos para evitar circulação de pessoas

Fonte: Jornal do Comércio

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