Festa para Telmo de Lima Freitas, o guru do nativismo
O músico são-borjense Telmo de Lima Freitas completa 87 anos em 13 de fevereiro. É dia em que recebe em sua chácara, em Cachoeirinha, a visita de amigos do peito, colegas da música e ex-companheiros da Polícia Federal (PF), na qual atuou por 30 anos. A maioria não precisa do pretexto de uma data para bater palmas no portão e se aprochegar sem medo da cachorrada amistosa.
Em ocasiões assim festivas, não falta um braseiro aceso nos fundos de casa. Nem um barril de chope para alegrar os mais saudosos e dispostos a demorar nas charlas intermináveis do guru do nativismo. Ele merece.
A reportagem do Jornal do Comércio esteve lá em 21 de janeiro. O dono da casa estava contente após constatar que o jornal veio à luz no mesmo ano dele, 1933. “Estamos aqui de porteiras abertas”, começa ele, useiro de metáforas gauchescas.
É a mesma figura consagrada em palcos sulinos há décadas: chapéu preto tapeado na testa, óculos claros encimando a barbona branca, lenço verde no pescoço, bombachas, alpargatas e a camisa cáqui – no lado esquerdo do peito, a marca do Piquete 38, da PF, do qual é peão. Ele mostra o pé direito inchado. A causa, explica, é “uma neuropatia” que lhe provoca muita dor física e certa aflição espiritual, mas não desanima. Embora caminhe com dificuldade, exibe energia na voz, nos gestos e no olhar.
Como diria um comentarista esportivo gaúcho, Telmo de Lima Freitas está animicamente muito bem. “Rezo muito”, diz ele. Reza pelos amigos, ora pelos familiares e torce para que o Brasil pegue a trilha da prosperidade.
Chegou há pouco mais de 15 anos a esse recanto na divisa dos condomínios Chácara das Rosas e Recanto das Hortênsias. Na casa junto à rua Aparicio Borges moram ele, a esposa Iara e a caseira Marisa. Alguns cães mestiços rondam a porta da cozinha.
No quintal, destacam-se uma parreira, uma mangueira e uma bauínia cheia de flores brancas. Pombinhas catam quirera no terreiro. No final da tarde vêm os cardeais. Perto da noite, passa pulando de galho em galho um casal de jacus.
No terreno ao lado, vive sossegada uma tordilha, regalo dos olhos do patrão, que não monta mais, mas mantém o gosto de amanunciá-la. Outro dia, a égua se assustou e lhe deu um encontrão. Telmo foi ao chão, Iara junto. Desde então, sente que a queda lhe afetou uma das cordas vocais. Quem escuta seu vozeirão não nota a diferença.
Visitantes vão direto aos fundos do terreno, dominado por um galpão onde se misturam bancos, cepos e utensílios rurais de couro, lã, osso, madeira e ferro. São buçais, facas, espadas, freios, laços, chicotes, mangos, rebenques e relhos. Uns feitos por ele, outros comprados ao longo de suas andanças.
A primeira coisa que mostra é a garrafa térmica revestida pelo couro do saco escrotal de um touro. A cuia também tem proteção similar. Em seguida, ele exibe um chapéu trançado com finas tiras de couro, obra do cacique caigangue Aristides, já falecido.
Depois, mostra um sacolão feito do couro inteiriço de um animal. Bezerro? Capivara? Cervo? Ratão do banhado? Nada disso. “Leão baio”, afirma. Usou a peça, muitas vezes, em palestras sobre sua vida de peão, soldado, tropeiro, enfermeiro, músico e policial. Sempre que convidado, gosta de falar, sobretudo para jovens. Acredita que eles merecem ser orientados para ser felizes sem recorrer a drogas ou apelar para a violência.
Por gestos e palavras, o anfitrião vai colocando as visitas à vontade. Mostra o cabo da bengala, um chifre de carneiro que lhe proporciona firme empunhadura. Apontando a bengala para o recém-chegado, ordena: “Puxa!”. Ao obedecer, o interlocutor se vê na ponta de uma lâmina com meio metro de aço. Uau! Eventualmente, como em certos filmes, a bengala é uma arma. Não neste pacato reduto de Cachoeirinha, 130 mil habitantes, uma das menores cidades da Grande Porto Alegre.
No corredor do galponete, estendido no chão feito tapete, há um couro bovino que Telmo promete transformar numa pelota igual às feitas dois séculos atrás pelos índios de Pelotas para transpor rios com os apetrechos de um tropeiro. Sempre falando sério, o dono do galpão diz que só não fez o tal artesanato de couro porque ainda não se recuperou totalmente de uma cirurgia vascular sofrida em meados de 2019, ano em que andou tão aperreado que nem se lembrou de festejar os 40 anos de sua memorável vitória na Califórnia da Canção Nativa em dezembro de 1979.
Ninguém esqueceu: Esquilador (“Quando é tempo de tosquia/ já clareia o dia com outro sabor/ as tesouras cortam em um só compasso/ enrijecendo o braço do esquilador”) virou um clássico do cancioneiro regional por expressar não apenas a vivência rural do autor, mas sua habilidade no manejo da gaita de 8 baixos, sua mais antiga companheira, mãe de alguns dos sons mais rústicos e primitivos do cancioneiro nativista.
Dorival Caymmi do Pampa
No dia da visita do Jornal do Comércio ao músico missioneiro residente em Cachoeirinha, estava lá o musicólogo Daniel Tavares, que nasceu em Viamão, formou-se em violão clássico na Ufrgs e mora no Rio de Janeiro, onde leciona música. Amigo da casa, ele tem licença para folhear as agendas em que o poeta rascunha poemas e canções. “São 14 agendas cheias de versos”, revela. Telmo abre uma delas, focaliza uma letra e, estendendo a mão, pede: “Vamos, Daniel, ré maior!”.
Animado pelo som do sete-cordas fabricado por Alfredo Morais, artesão em Porto Alegre, o compositor solta a voz, mão batendo na perna, em busca do compasso certo. Ele se inflama, canta um pouco e confessa: “Escrevo todo dia. Sonho muito, acordo no meio da noite e anoto pra não esquecer o sonho, a ideia ou o que seja. No dia seguinte, passo a limpo, componho os versos e, se for o caso, faço a música”.
Mesmo mantendo o timbre forte semelhante ao do cearense Belchior, Telmo já não se dispõe a gravar. Não é por falta de convites. Ele acha que o mundo da música foi baratinado pela parafernália eletrônica, do que resultou “tanto artista passando fome por aí”. Por isso ele gosta de autorizar amigos a gravar suas canções. Há algum tempo, o tradicional Porca Véia lhe pediu para gravar a valsa Lembranças.
Já o parceiro Luiz Carlos Borges gravou 17 canções suas em Jaguaretês, um CD primoroso, editado em fins de 2018. Entre os músicos participantes da gravação, estava o percussionista Kiko Freitas, um dos quatro filhos de Telmo (os outros são Ana, Ione e Lúcio) – herdeiros de um tesouro de dimensões incalculáveis.
Por conhecer bastante desse acervo, Daniel Tavares concluiu que “Telmo está para o Rio Grande do Sul como Dorival Caymmi está para a Bahia”. Foi o que disse em 2015 num congresso sobre música e dança em Aveiro, Portugal: enquanto Caymmi cantou a vida dos pescadores baianos, Telmo narra com autenticidade os costumes dos gaúchos rurais. Quanto a isso, ficou uma frase do folclorista Paixão Côrtes: “Telmo não precisa falar sobre a cultura tradicional gaúcha. Ele é a própria”.
Sina de caçula de família pobre
Telmo de Lima Freitas foi o caçula de 10 irmãos. Criou-se numa chacrinha comandada pela mãe Mariana, costureira, enquanto o pai, Leonardo, dava expediente no 2º Regimento de Cavalaria de São Borja, no qual se aposentou como tenente. Orgulha-se de ter sido amamentado por Ercília, vizinha negra que supriu a escassez de leite materno para a 10ª cria. Desde pequeno, acompanhou os irmãos em tarefas rurais, como capinar e cuidar de criações. Para se distrair, ganhou um violão, no qual aprendeu a tocar as modas de Alvarenga e Ranchinho, Tonico & Tinoco. Sempre gostou de polca paraguaia, cujo andamento se confunde com a guarânia e até com o chamamé.
Na adolescência, interessou-se por uma gaita largada por amigos no galpão da chacrinha, na época que começava a fazer sucesso o gaiteiro Pedro Raymundo. “Pra tocar bem, tu precisas enterrar as mãos num formigueiro e cantar até o fim uma música do teu gosto”, disse-lhe Ercília, a ama de leite. Cantando a famosa Ciganinha, cumpriu o trote (“simpatia”, segundo a vizinha) que lhe deixou as mãos vermelhas, marco zero de uma carreira como gaiteiro de galpão, baile, palco e disco. Carreira genuinamente construída sobre vivências: “Só escrevo sobre o que eu conheço. Pra falar a verdade, nem gosto muito de ler coisas alheias pra não correr o risco de praticar um plágio”.
Quando alguém lhe conta uma história interessante, ele a registra e anota o nome da fonte, na esperança de que o tempo lhe diga se o causo é fato ou lorota. Enquanto isso, dê-lhe verso: “Meu parceiro é um preto velho que nunca me abandonou”, diz, citando uma de suas mais antigas convicções. Possui também crenças poéticas que afloram em noites de insônia: “Sou filho da lua nova e neto da lua cheia”. Faz metáforas gauchescas: “Levo nas minhas esporas/ O que o galo me ensinou”. E adverte: “Não existe valente/ Que ganha sempre”.
Dá-lhe gosto puxar da memória as lembranças mais remotas. Eis uma história até agora não registrada nos anais da música nativista: “Comecei como ‘verdureiro'”, conta Telmo, esclarecendo que ‘verdureiro’ era o apodo aplicado aos guris incumbidos do trabalho mais chão nas fainas de tosa ovina, na fronteira. No calorão dos verões da campanha gaúcha, cabia-lhe recolher as bolotinhas de esterco das ovelhas submetidas à esquila numa área que precisava ser mantida limpa, em defesa da qualidade da lã. Ainda bem que a tarefa ecológica se cumpria à sombra de cinamomos, eucaliptos e umbus.
Na famosa canção premiada, que descreve o trabalho da comparsa (“Um descascarreia, outro já maneia e vai levantando para o tosador”), não há referência à atividade original do catador de bosta de ovelha. Em outra canção, no entanto, Telmo saúda o amigo Julio Machado, cuja comparsa ficou famosa em Uruguaiana ao tosquiar 102 ovelhas num dia – não com a máquina elétrica dos tempos modernos, mas com a primitiva ferramenta manual, chamada de tesoura-martelo por fazer um ruído metálico (tec tec tec) durante a tosa. Numa parede do seu galpão, Telmo mantém várias tesouras penduradas em pregos. São como troféus que servem ainda para ilustrar histórias sobre a evolução tecnológica da ovinocultura.
De agente federal treinado nos EUA a bolicheiro de Barbosa Lessa
Por viver trabalhando em estâncias e lavouras, o jovem Telmo chegou à idade do serviço militar sem ter ido além do curso secundário, mas deixou o quartel de São Borja como cabo. Em busca de novos horizontes, chegou a passar uma temporada em Goiás, onde ajudou um amigo a implantar uma fazenda de gado. “Isso foi antes de Brasília”, ressalta o gaudério.
De volta à querência, engrenou por nove anos como auxiliar de enfermagem. Prestava serviço num posto do antigo Samdu (Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência) em Porto Alegre quando foi convidado para se tornar funcionário da Polícia Federal (PF). “Convite, não concurso”, ressalva. Corria o ano de 1964. O major autor do convite achou graça quando o ex-cabo, aos 31 anos, disse que, antes de aceitar, precisava ir a São Borja para conversar com a mãe viúva. Explicou ao major: não precisava de licença, só queria a bênção materna, era um costume de família.
Após um curso em Brasília, ao lado de uma dezena de gaúchos, estudou em Washington, onde foi aluno de instrutores do departamento de narcóticos do governo norte-americano, que vinha ditando as regras e oferecendo verbas para órgãos de segurança de todo o continente. Para dar conta da nova carreira, encostou o instrumento com que ganhara, no final da década 1950, o título de melhor gaiteiro do Grande Rodeio Coringa, o programa de maior audiência do rádio gaúcho, mantido pela Farroupilha.
Atuando principalmente como agente da Interpol na fronteira gaúcha, o compositor prestou serviço em vários setores da PF. Por seu pendor artístico e viés tradicionalista, passou a ser requisitado para acompanhar autoridades e técnicos em eventos culturais. “Andei muito pelo Rio Grande e até para fora com os folcloristas Paixão Côrtes e Barbosa Lessa”, diz.
Nessa mescla de trabalho e divertimento, tornou-se amigo do autor do Negrinho do pastoreio e Quero-quero. “Quando voltou para o Estado, em meados dos anos 1970, Lessa foi trabalhar na Epatur (empresa de turismo da prefeitura de Porto Alegre) e, em todo evento, montava um bolicho para ganhar uns pilas”, conta Telmo, revelando que, muitas vezes, por crença ou farra, atuou como bolicheiro na tenda do inventor do tradicionalismo gaúcho. De um modo ou de outro, estava contribuindo para divulgar a cultura da sua terra. Foi o que o ajudou a descontar o atraso com que largara na carreira musical.
No início da vida como funcionário federal, ele não podia receber nenhum provento extra, tanto que duas de suas primeiras composições – Baile de rancho e Roubo da gaita velha – foram gravadas pelo cantor emergente José Mendes (1939-1974), devidamente autorizado pela esposa de Telmo. Além de alavancar a fugaz carreira do cantor-espelho do ídolo Teixeirinha, a história da gaita velha revelaria o talento do poeta são-borjense no manejo das palavras.
Na letra em que apela pela devolução do instrumento roubado num comércio de carreiras, detalha: “Tinha o som de abelha mestra/ Trabalhando nas colmeias./ Tinha dezenove teclas/ Oito baixos de botão/ Um torniquete do lado/ Pra diminuir o assoprão/ Quando eu puxava ela toda/ Media o meio da sala/ Mostrando furos e rombos/ E alguns buracos de bala”.
Anos depois, revogada a restrição, Telmo começou sua tardia carreira discográfica. O primeiro disco (O canto de Telmo de Lima Freitas) saiu em 1973, insuflado pela Prece ao minuano, canção premiada em segundo lugar na Califórnia de 1971. A prece foi gravada por Paixão Côrtes e Rolandro Boldrin, entre outros.
Meio século depois, Telmo diz que perdeu a conta das canções que compôs, dos discos que gravou e das músicas que licenciou para execução de terceiros. Tampouco faz questão de saber, porque, assegura, doa a entidades os proventos oriundos da arte, pois acredita que “não é direito ganhar dinheiro com um dom dado por Deus”, como disse certa vez em palestra na Academia Wolf.
Feliz com o reconhecimento que orna sua obra, vive basicamente da aposentadoria como agente federal de polícia, sua atividade de sobrevivência até 1994. Se deixou a função, nunca pôs de lado os hábitos adquiridos na corporação.
Foi assim que passou a mesclar suas apresentações artísticas com palestras em CTGs e escolas sobre as contradições da modernidade que atormentam jovens e adultos. Aí entra um dos assuntos que mais conhece – o tráfico de narcóticos e o mercado da drogadição.
No final dessas charlas, “sempre vêm dois ou três dizendo que gostariam de se libertar do vício”. A saída não é fácil, alerta o velho agente da lei: “Os jovens precisam ser ajudados com informação e apoio. Se não conhecem as coisas, como vão descobrir o caminho certo?”.
Para um deles, “engraxate emergencial/ Abraçado com o medo/ sem escola/ Sem remédio/ sem nenhum caminho seu”, escreveu a letra de Ciranda, uma canção (ainda não gravada) que termina com uma interrogação comum nos arrabaldes brasileiros: “O que fará aquela turma da esquina/ Marionetes sem brinquedo/ Depois que a noite cair?”.
Criando ‘uns bichinhos’ em Glorinha
Telmo se mudou para Cachoeirinha para ficar perto da família de Iara, sua mulher. O pai dela, conhecido como Zé Grande, era açougueiro na vizinha Glorinha, tão competente no ofício que se tornou fornecedor de bifes já cortados para a cozinha da Varig, “nos bons tempos da Panair”.
Em sua homenagem, o compositor lhe dedicou a polca Açougueiro, gravada no disco A mesma fuça (2013), ganhador de dois prêmios Açorianos. “Ele cortava 500 bifes numa velocidade”, lembra Telmo, cujos versos descrevem a habilidade do sogrão: “Só vendo com que destreza/ Sangra, coureia e desmancha./ E segue pedindo cancha/ A munheca do Zé Grande”.
Com a morte do grande carneador, Telmo passou a tomar conta da pequena propriedade familiar de Glorinha, onde, por custeio e entretenimento, orienta a criação de “uns bichinhos”.
Tem fogo, amigo?
Telmo de Lima Freitas recorda o Centro de Cultura Gaúcha Pito Aceso, criado em São Borja por Pedro Caldeira da Silva (1885-1970) na época em que surgia em Porto Alegre o pioneiro 35 CTG, fundado em abril de 1948 por um grupo de estudantes do Colégio Julio de Castilhos.
Enquanto o 35 inspirou a fundação de centenas de clubes de danças gaúchas no Brasil e em outros países, o centro são-borjense desapareceu, e sua existência não consta da história do cetegismo. Mas foi lá que o adolescente Telmo aprendeu a dançar ao lado de outros jovens.
Aos domingos, o centro (que funcionando em área do antigo Tênis Clube) ministrava aulas sobre a confecção de cangas, a feitura de laços e outras práticas da vida gaúcha, inclusive o preparo do chimarrão – tudo voltado para jovens. Num arroubo de brabeza, Telmo pergunta: “Mas onde estavam os tradicionalistas que nada fizeram para salvar o Pito Aceso? E cadê a memória de sua existência?”. Para ele, os CTGs se tornaram mais comerciais do que culturais.
Letra da célebre canção Esquilador
“Quando é tempo de tosquia já clareia o dia com outro saborAs tesouras cortam em um só compasso enrijecendo o braço do esquiladorUm descascarreia, o outro já maneia e vai levantando para o tosadorAvental de estopa, faixa na cintura e um gole de pura pra espantar o calor Alma branca igual ao velo, tosando a martelo quase envelheceuHoje perguntando para a própria vida pr’onde foi a lida que ele conheceuQuase um pesadelo, arrepia o pelo do couro curtido do esquiladorAo cambiar de sorte levou cimbronaço ouvindo o compasso tocado a motor A vida disfarça lembrando a comparsa quando alinhavava o seu próprio chãoEnvidou os pagos numa só parada, 33 de espada, mas perdeu de mãoNesta vida guapa vivendo de inhapa, vai voltar aos pagos para remoçarQuem vendeu tesouras na ilusão povoeira, volte pra fronteira para se encontrarVolte pra fronteira para se encontrar”
Fonte: Jornal do Comércio