Aperfeiçoamento e afinação: dia de campo dos técnicos acontece em Bagé
Em pleno feriado municipal de São Sebastião, a cidade de Bagé/RS parou. Mas o Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos da cidade, com sua hospitalidade, abriu as portas para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Aos poucos as cadeiras no saguão foram ocupadas por aqueles que são os responsáveis por visitar os criatórios e perpetuar a raça. A edição 2020 do Encontro Anual dos Técnicos contou com palestras e um dia de campo, com a finalidade de orientar a equipe em suas atividades de trabalho com os criadores, seja na resenha dos potros, na marcação de animais, nas concentrações ou no acompanhamento nas mais de mil provas oficiais do calendário da raça Crioula.
Na cabanha Santa Fé, em Aceguá/RS, os técnicos se concentraram para passar por alguns testes, a fim de afinar ainda mais os critérios de seleção da raça. Individualmente, eles realizaram simulação de um julgamento morfológico, analisando fêmeas e machos sobreano, machos de até 2 anos, éguas prenhes e éguas paridas. Previamente, o Conselho Deliberativo Técnico da ABCCC havia estabelecido uma ordenação aos animais selecionados pela cabanha, obedecendo o padrão almejado na raça. Sem conhecer esta ordem, os técnicos realizaram o teste, nomeando os animais. Após, puderam ouvir a opinião do Conselho, debater e conversar suas escolhas.
“Nossa raça evolui, então a ideia é todos nós evoluirmos e aperfeiçoarmos nossos conceitos nesses encontros”, acredita a membro do Conselho Deliberativo Técnico da ABCCC, Mariana Tellechea. Para ela, o encontro, além de buscar uma uniformização dos critérios visados na morfologia da raça, é também um momento para união e confraternização. A fala da também criadora vai ao encontro do que também pensa o técnico credenciado há 10 anos e jurado Lista 1 da ABCCC, Claudio Azevedo: “Esses momentos, de trabalho de mangueira, no dia a dia, permite uma unificação de critérios, isso soma ao nosso conhecimento, para poder levar ao criador das mais variadas regiões”, diz.
De porteiras abertas
Proprietário da cabanha Santa Fé há 20 anos, o advogado Gilberto Freitas abriu as portas de seu estabelecimento para receber a equipe da ABCCC. O criador é um dos maiores apostadores da raça, estando presente em vários eventos durante o calendário anual da associação. Apenas na última Expointer, Santa Fé apresentou 16 animais. Para Gilberto, acompanhar o trabalho de aperfeiçoamento dos técnicos lhe possibilitou um grande aprendizado. “É muito importante porque determina com que tenhamos uma direção dentro da raça, daquilo que se está criando. Então eu considero esse um trabalho imprescindível e me sinto lisonjeado que a Santa Fé tenha sido escolhida esse ano para que fosse feita essa avaliação técnica aqui”. O presidente da associação, Francisco Kessler Fleck, se mostrou grato à hospitalidade do estabelecimento de Gilberto e lhe entregou uma placa em homenagem, ao final do Encontro.
Palestras
O primeiro dia de evento reservou palestras de aperfeiçoamento aos técnicos. O psicólogo e biólogo Régis Krug, voltou sua fala às particularidades que caracterizam e definem as pelagens da raça Crioula. Ele pode responder às perguntas dos profissionais da ABCCC entorno de questões genéricas e as nomenclaturas derivadas de algumas pesquisas aprofundadas no tema. “Acho que essa questão das pelagens é uma questão importante que a ABCCC vem se empenhando para trabalhar e qualificar cada vez mais. Isso pode ajudar na orientação aos criadores, na formação dos plantéis, na orientação que os técnicos podem dar para facilitar ainda mais o dia a dia dos criadores”, acredita.
Fonte: Juliana Rosa/ABCCC