Preço Recebido pelo Produtor fecha 2019 com valorização de 10,68%
Ao longo de 2019, uma série de fatores acabou beneficiando os produtores rurais. O resultado foi uma alta de 10,68% no acumulado do ano do Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores (IIPR). Como o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) registrou seis meses de quedas consecutivas, estabilizando em dezembro com 0,88%, o indicador fechou o acumulado em 12 meses com – 1,75%. O bom desempenho do IIPR e a desvalorização do IICP construíram um cenário favorável para maiores margens em relação à safra anterior.
A expectativa de menor oferta de Soja pelos EUA no primeiro
semestre do ano passado resultou na alta do preço da commodity no
mercado internacional. Com a valorização da taxa de câmbio, o resultado
foi ainda melhor. O Arroz também teve aumento no preço com o crescimento
das exportações em 2019. Já os casos de peste suína africana na China
favoreceram o preço dos Suínos. E a abertura de novos mercados impactou
diretamente no preço do Boi Gordo. Somente em dezembro, o crescimento do
IIPR foi de 1,80%. Além das carnes, a falta de chuvas elevou o preço do
Milho, influenciando no resultado.
Os custos se mantiveram no mesmo patamar devido a uma equalização
do aumento do preço dos fertilizantes com a redução dos preços dos
agroquímicos, como demonstra o IICP. A economista do Sistema Farsul,
Danielle Guimarães, explica que “apesar de um ano de taxa alta no
câmbio, a grande oferta de fertilizantes puxou o indicador. De uma
maneira geral, é possível afirmar que foi um ano atípico com aumento de
preços e queda nos custos”. Danielle comenta que o resultado demonstra
bem a diferença entre a inflação no campo e na cidade. “Enquanto o IIPR
chegou 10,68%, o IPCA Alimentos e Bebidas ficou em 6,37%. Já o IPCA teve
alta de 4,31%, enquanto o IICP caiu 1,75. Movimentos bem distantes”,
avalia.
Fonte: Imprensa Sistema Farsul