Testes mostram efeitos do mal uso do dicamba em uma soja suscetível
Erro na lavagem do pulverizador, aplicação de produtos sem o bico ideal, excesso ou poucos ventos, são algumas das variáveis que podem trazer problemas
Antes de lançar sua nova tecnologia, a soja Intacta 2 Xtend, resistente ao herbicida dicamba, a Bayer está realizando uma série de testes para mostrar aos produtores do país as melhores maneiras de lidar com estas duas inovações, para que o resultado seja grandes produtividades, ao invés de prejuízos. O Projeto Soja Brasil segue acompanhando cada uma das etapas deste momento de troca de experiências entre a empresa, os produtores e os pesquisadores.
Antes de mostrar os efeitos negativos que o uso incorreto do dicamba pode gerar, entenda o que já se viu até o momento:
Há pelo menos quatro anos a Bayer está focada em disseminar as práticas ideais para o uso de sua nova plataforma de produtividade, que inclui não só a nova variedade de soja, Intacta 2 Xtend (resistente a 6 importantes lagartas), mas também o produto para combater ervas daninhas de difícil controle (a nova soja é tolerante ao herbicida dicamba).
“Ao introduzirmos mais um mecanismo de ação para o controle de plantas daninhas de folha larga, possibilitamos que o agricultor tenha um herbicida adequado para auxiliar neste controle, hoje algo difícil”, afirma o representante da Intacta 2 Xtend, Thiago Ferreira Mendes.
Mas a tarefa não é tão simples assim, já que muitas das recomendações técnicas para usar o herbicida já deveriam ser seguidas para outros produtos pulverizados e liberados no país, como 24D, glifosato e inseticidas em geral.
A recomendações partem desde o treinamento dos operadores, uso correto dos EPIs, volume ideal de calda, velocidade de aplicação, temperatura, velocidade do vento, altura da barra, escolha do bico de pulverização e por fim, limpeza do pulverizador.
Ter deixado este ítem como último, não foi uma escolha aleatória, afinal ele pode ser um grande vilão das lavouras danificadas país afora. “O pior nisso tudo é que a tríplice lavagem do pulverizador já é uma recomendação antiga da pesquisa. Mas que, por alguma razão, muitos não fazem”, afirma Mendes.
Como fazer a lavagem dos pulverizadores
- Devem ser realizadas três lavagens iguais;
- A recomendação é que cada lavagem seja feita apenas com ÁGUA, sem qualquer outro reagente químico;
- o tanque deve ser enchido até a metade da sua capacidade;
- o tanque deve ser agitado por até 10 minutos em cada lavagem;
- ao final de cada agitação, o produto deve ser expelido pelos bicos de pulverização, passando pelas mangueiras, filtros e componentes. Garantindo a limpeza de cada ítem;
- realizada as três lavagens, internas, é hora de lavar o equipamento extermamente, incluindo barras, pneus ou qualquer outra parte visível
Efeitos do dicamba na soja e cada lavagem
Como o próprio nome já diz, é preciso fazer pelo menos três lavagens no pulverizador ante de se usar o equipamento novamente. Em um dos 49 campos de testes que a Bayer tem espalhados pelo país, localizado em Rio Verde (GO), a empresa demonstrou o impacto gerado em uma soja suscetível em cada lavagem.
1ª lavagem
Após a primeira lavagem, conforme as recomendações acima, foi realizada uma aplicação com a água usada em cima de uma soja suscetível ao dicamba, veja abaixo como ficou a área:
O resultado foi a morte completa das plantas de soja
2ª lavagem
Após a segunda lavagem, o mesmo procedimento foi realizado com a água da limpeza. Normalmente, é até esta segunda etapa que os produtores costumam fazer. Confira os efeitos abaixo:
O resultado foi um grau de danos bem menor, mas ainda perceptível!
3ª lavagem
A terceira e última lavagem é a única maneira de garantir a limpeza total dos pulverizadores. “Lembrando que o dicamba não é o produto com maior aderência ao tanque do mercado. Ou seja, estas medidas já deveriam ser regras dentro das fazendas”, garante Mendes.
O resultado final, após a terceira lavagem, é a eliminação de qualquer dano por conta destes produtos. A soja não apresentou qualquer descoloração ou manchas.
Velocidade do vento
Outro ponto importante é a velocidade do vento na hora da aplicação dos produtos químicos, já que o excesso ou pouco vento pode fazer com que as gotas derivem para áreas não desejadas, afetando culturas sensíveis.
“Nossa recomendação é que o vento esteja entre 5 e 10 km/h. Abaixo dessa velocidade há grande risco de inversão térmica, que normalmente acontece no início da manhã e fim da tarde. Isso significa que as gotas podem ficar suspensas em uma faixa do ar, não atingindo o alvo. Aquela neblina da manhã é um exemplo de inversão térmico”, afirma Barbara Tagliari, gerente técnica de lançamento de Intacta 2 Xtend.
Fonte: Canal Rural