Produção de oliva no RS deve chegar a 300 mil litros em 2025

Nem tão farta quanto a safra de 2023 – quando o Rio Grande do Sul chegou a produzir 580 mil litros de azeite -, nem tão escassa quanto a de 2024 (192 mil litros). Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), o solo gaúcho deve extrair 300 mil litros neste ano. O anúncio foi feito durante a 13ª edição da Colheita de Oliva, realizada na manhã desta sexta-feira (7), na sede da Azeite Puro, em Cachoeira do Sul.

O resultado é comemorado pelos produtores, visto que o RS registrou volume histórico de chuvas e alagamentos no ano passado, justamente na época de floração da fruta, dificultando a sua polinização. Entretanto, o presidente da entidade, Renato Fernandes, acredita que é possível driblar as adversidades e crescer ainda mais.

“Hoje temos cerca de 400 produtores no Estado, o que representa mais de 80% da produção nacional. Mas tivemos um crescimento exponencial na primeira década dos anos 2000, depois ela estabilizou a partir do ano de 2015”, aponta o dirigente.

Na sua avaliação, o investimento em pesquisas e novas tecnologias é o melhor caminho para o crescimento da cultura no RS. Sobre isso, ele destaca a sinalização do governo em ceder espaço de 200 hectares para estudos no Centro de Formação em Hulha Negra, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapi).

Com a maior área plantada da fruta no País (6,5 mil hectares) e qualidade de azeitonas reconhecidas no mercado internacional, o segmento ganha cada vez mais atenção do executivo estadual.  Durante a solenidade, foi assinado um Protocolo de Intenções entre a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapi) e a Ibraoliva.

Segundo o titular da pasta, Clair Kuhn, entre os compromissos assumidos estão o desenvolvimento de pesquisas e inovações para melhoria dos processos produtivos, com ênfase na sustentabilidade e resiliência climática da olivicultura. Além disso, a parceria propõe empregar esforços para estímulo e obtenção de recursos por meio de agências de financiamento e entidades parceiras.

Outros tópicos assinalados no documento tratam de oportunizar o compartilhamento de olivais para consecução de atividades de pesquisa, promover a integração entre os diferentes setores que compõem a cadeia produtiva e qualificar o setor com a promoção de cursos, treinamentos e demais ações com vistas à capacitação técnica.

“E também não dá para esquecer o serviço gratuito que a Emater presta aos agricultores, como a orientação agronômica e a difusão das tecnologias lá na ponta. Ela não é feita sozinha, ela é feita e construída a várias mãos”, lembra Kuhn.

Um dos interessados nos movimentos promovidos pelas instituições públicas e privadas é o sócio-proprietário da Azeite Puro, Fernando Farina, que há 8 anos cultiva a fruta em 150 hectares no município de Cachoeira do Sul e espera colher 300 toneladas de olivas este ano.

“Nós estamos no nosso quinto ano de produção e inauguramos nossa indústria esse ano. Estamos fazendo o nosso primeiro processamento de fruta aqui, iniciando no dia 10 de fevereiro. Hoje temos capacidade de processar 3,5 quilos-hora e acredito que é uma das maiores aqui do Estado”, comemora Farina.

Farina cultiva olivas há 8 anos e espera colher 300 toneladas neste ano | Tânia Meinerz/JC

Farina cultiva olivas há 8 anos e espera colher 300 toneladas neste ano – Tânia Meinerz/JC

Fonte: Jornal do Comércio

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo