Colheita do Milho começa com expectativa de crescimento de 18,3%
A 12ª Abertura da Colheita do Milho aconteceu na manhã desta quinta-feira (23), em Paulo Bento, no norte do Rio Grande do Sul. A cerimônia, realizada na Granja Busnello, no interior da cidade, contou com a presença de produtores, do governador Eduardo Leite e do secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn.
De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), a safra deste ano aponta para uma produção de 5,3 milhões de toneladas, o que representa 18,3% a mais em relação à safra passada, quando a produção foi de 4,5 milhões de toneladas, considerando condições normais de clima. No entanto, segundo o governo, os resultados podem ser alterados até o final da safra, devido à estiagem registrada em alguns municípios gaúchos neste momento. A área plantada nesta safra é de 748.511 hectares, o que representa uma redução de 7,5%.
A expectativa, de acordo com Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater, é que se confirme a previsão. A queda na área plantada, segundo ele, pode ser explicada em parte pelos riscos da lavoura e pelo valor do investimento do cultivo. “É uma cultura que exige uma boa gestão. Na época do plantio, com a previsão de La Niña, alguns produtores ficaram receosos”, explicou.
Ele também ressaltou a importância da cultura para a rotatividade da lavoura com a soja, para a alimentação de pequenos agricultores e para o uso do milho na alimentação de suínos e frangos, além do trato animal em geral, como a silagem de milho para bovinos de leite e de corte. “O bom é que as lavouras em colheita não estão em áreas de estresse hídrico. Podemos considerar que é uma safra de milho boa. Além disso, o milho pode ser plantado mais de uma vez, o que faz dele uma cultura muito importante para o Estado”, ponderou.
O milho é cultivado em 487 dos 497 municípios gaúchos, com uma ampla janela de semeadura que se estende de agosto a janeiro. Cidades como Santa Rosa e Erechim são grandes produtoras do grão. Além disso, o consumo de milho no Estado é de 6,6 milhões de toneladas, o que resulta em um déficit médio de 1,5 milhão de toneladas por ano, em anos normais sem estiagem. Com as recorrentes estiagens dos últimos quatro anos, esse déficit saltou para 3 a 4 milhões de toneladas.
Durante a cerimônia da colheita, o titular da Seapi ressaltou que o Programa de Irrigação do Estado está com o edital aberto para receber projetos de irrigação. A iniciativa destina diretamente ao produtor rural 20% do valor do projeto, limitado a R$ 100 mil, para a instalação ou ampliação de sistemas.
“O milho é uma das culturas que melhor responde ao uso da irrigação, com possibilidade de rendimentos 60% a 80% maiores quando comparado a lavouras sem irrigação. O Programa de Irrigação está aberto, e o governo tem incentivado financeiramente o produtor rural para que ele faça projetos em sua propriedade e tenha a garantia de produtividade, principalmente em períodos de estiagem”, garantiu o secretário Clair Kuhn.
O governador Eduardo Leite (PSDB) também destacou o programa de irrigação. “Modernizamos a legislação para ampliar a reservação de água e garantimos a segurança no campo. Vamos continuar trabalhando juntos para criar, também a partir da cultura do milho, toda a sustentação para a cadeia da proteína animal, geração de riqueza e autossuficiência que nossos produtores e todos os gaúchos almejam e merecem”, disse, conforme publicação oficial do governo.
A colheita, que iniciou agora, dura cerca de 120 dias, considerando a safrinha e as áreas que ainda precisam ser plantadas.
Fonte: Jornal do Comércio