Selo projeta qualificação no comércio do terneiro no Rio Grande do Sul
Uma iniciativa da Associação dos Núcleos de Produtores de Terneiros de Corte – Sul (ANPTC Sul) com apoio da SIA (Serviço de Inteligência em Agronegócios), tem por objetivo impulsionar a pecuária gaúcha. O Selo Terneiro Gaúcho tem a ideia de moldar um futuro sustentável para a pecuária no Rio Grande do Sul, fundamentado em valores, qualidade e compromisso com a excelência da oferta.
Conforme o diretor e fundador da SIA, Davi Teixeira, essa é uma promoção da ANPTC Sul, que há mais de 20 anos criou, a partir das feiras oficiais de terneiros, um referencial do que seria um terneiro de qualidade que depois tivesse um acesso valorizado na indústria frigorífica. “Isso funcionou muito bem durante essas últimas duas décadas. Recentemente, a associação nos procurou com a ideia de desenvolver uma reciclagem destes critérios, ou seja, um novo protocolo do que significa, nos dias de hoje, um produto de qualidade superior desde seu nascimento e seu processo produtivo, ou seja, o terneiro até passar pelas fases de recria e engorda, até o abate, chegando até a gôndola do consumidor”, destaca.
Teixeira explica que a ideia é definir novamente esses critérios, colocá-los em um protocolo, passar a certificar esses terneiros como um diferencial de mercado em relação a todo o restante do universo de oferta de terneiros para aqueles produtores que buscam sempre o avanço, tanto em genética, em capacidade de produzir um produto que lá na frente signifique carne de qualidade, signifique um produto diferenciado tanto sobre aspectos de qualidade de carne em si como de outros aspectos que hoje a sociedade impõe relacionados ao meio ambiente. “Esses critérios técnicos serão desenvolvidos a partir de agora em um núcleo técnico em rodadas com produtores, associações de raças, indústrias frigoríficas, o varejo, o consumidor, enfim, para que este grupo em grande consenso defina de forma mais detalhada quais são esses critérios”, observa.
O lançamento está previsto para o dia 7 de maio, durante o Universo Pecuária, com uma amostra de terneiros certificados com o padrão que o selo almeja atingir. “Mas será a partir de um arcabouço básico de critérios definidos previamente pela ANPTC Sul. O restante dos critérios serão incorporados gradativamente entre este outono e a próxima primavera em mesas de trabalho, mesas técnicas, rodadas de discussão, em um núcleo que se forma a partir deste lançamento, para que ali na primavera a gente tenhamos, efetivamente, o protocolo já construído e a capilaridade, a escala, vamos dizer assim, de número de terneiros certificados começar a partir da primavera”, projeta o diretor da SIA.
O presidente do Núcleo de Produtores de Terneiros de Corte de Lavras do Sul e diretor da ANPTC Sul, Jacques Brasil De Souza, ressalta que esse selo de iniciativa da entidade vem depois de uma mudança no mercado e agora é necessário levantar novamente essa régua de qual é o bom terneiro para chegar agora na tão falada carne gaúcha. “Qual o terneiro que representa essa carne? Para ser essa carne um dia, uma picanha que procuramos, ela precisa vir de um terneiro nascido de uma vaca. Então essa é a missão da ANPTC Sul, produzir esse novo terneiro, valorar esse terneiro, mostrar que ele é melhor e por isso ele deve ter uma diferenciação de valor agregado também para a indústria comprar do produtor”, salienta.
A ideia, de acordo com o diretor da ANPTC Sul, é beneficiar o produtor. “Queremos identificar ele de uma maneira diferente, mostrando que esse terneiro vale mais na hora de quem comprar para invernar e um dia ele virar um novilho lá no frigorífico. Nós queremos agregar valor para o produtor do terneiro, porque é o início do ciclo”, frisa, acrescentando que uma das propostas também é que esses animais já cheguem no abate credenciados a exemplo do que acontece com o Hereford e com o Angus. “Com esse brinco na orelha, o terneiro já tem a certificação de que ele pode pertencer a programas de carnes diferenciados. Também vamos conversar com parte das agências bancárias e instituições financeiras para ver se conseguimos ter novamente financiamentos específicos para esses animais”, complementa.
Fonte: Jornal do Comércio