Pesquisa avalia potencial descarbonizante da erva-mate
Estudo conduzido pelo Departmento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi) está coletando dados de sistemas de produção de erva-mate para avaliar o efeito descarbonizante da cultura. Atividades de pesquisa foram conduzidas esta semana em uma propriedade de Ilópolis, no Polo Ervateiro do Alto Taquari.
Os pesquisadores Luciano Kayser e Bruno Lisboa coletaram amostras do solo para avaliação de densidade e teor de carbono depositado, além de realizarem análise de fluxo de gases do efeito estufa dentro de ervais cultivados em dois sistemas diferentes: a pleno sol e em sistemas sombreados, como agroflorestas.
“Nosso objetivo é entender a dinâmica do carbono nesses dois sistemas de produção, em comparação com o sistema de referência, que é a mata nativa: como se comportam os fluxos de gases do efeito estufa e o sequestro de carbono”, destaca Luciano.
Com os dados coletados e analisados, espera-se que seja possível gerar índices que comprovem a capacidade descarbonizante da erva-mate, o que contribuirá para chancelar a cultura em políticas de acesso a créditos de carbono.
“Esse trabalho vai nos auxiliar futuramente na busca da valorização por créditos de carbono da nossa erva-mate. É um trabalho demorado, mas necessário ser feito. Hoje só existe o crédito voluntário do mercado de carbono e a erva-mate não está inserida nele. Pensamos que, quando tivermos o mercado regulado, em incluir a erva-mate”, explica o presidente da Associação dos Amigos e Parceiros da Erva-mate do Polo do Alto do Vale do Taquari (AA Erva-mate), Clovis Roberto Roman.
O coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) da Seapi, Flavio Varone, instalou duas estações meteorológicas na propriedade pesquisada, coletando dados da mata nativa e de ervais conduzidos em pleno sol ou no sombreado.
“As estações estão equipadas com sensores para a avaliação da velocidade do vento, radiação solar, pluviometria, temperatura do ar e do solo, umidade do ar e do solo”, detalha Kayser.
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação