
Governo lança primeiro Polo da Rota da Fruticultura no Estado
A cadeia produtiva de frutas do Rio Grande do Sul foi oficialmente incluída no Programa Rotas da Fruticultura, iniciativa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). O governo federal promoveu o lançamento, no Estado, do “Polo da Rota da Fruticultura da Bacia do Rio Uruguai”. O projeto é uma estratégia da pasta para fortalecer a cadeia produtiva da fruticultura no RS, através da integração dos diversos atores envolvidos, como as agroindústrias e os fornecedores de insumos.
O primeiro passo para a criação do projeto foi dado por professores, pesquisadores e estudantes de mestrado da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que reuniram informações sobre a cadeia produtiva de frutas do RS e enviaram documento ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
“Antes de o Polo da Fruticultura ser lançado no Rio Grande do Sul, não havia uma presença formal de ações de governo para aproximar os atores das cadeias produtivas e fomentar a atividade”, explica o professor da UFSM e coordenador do projeto de pesquisa, Luis Zucatto. Na visão dele, a inclusão do RS no Programa Rotas da Fruticultura é uma forma de reconhecimento da capacidade produtiva do Estado.
Em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR), que faz parte do MIDR, a UFSM organizou a Oficina de Planejamento Estratégico da Rota, para orientar as primeiras ações do Polo da Fruticultura no RS. As discussões realizadas no encontro resultaram em um diagnóstico das forças e fraquezas dos municípios do norte do Estado em relação à fruticultura.
“Nós identificamos, por exemplo, que o RS tem uma certa competência de produção, e que esta produção está muito ligada à agricultura familiar. Por outro lado, também vimos que existem debilidades, como a baixa capacitação técnica de alguns atores da cadeia produtiva e a precária infraestrutura de alguns locais”, comenta Zucatto. Dois professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) participaram da Oficina, de forma remota, para compartilhar sua experiência de implementação do Polo da Rota da Fruticultura.
Com base no diagnóstico, está sendo elaborada uma carteira de projetos que serão desenvolvidos em conjunto pela UFSM e pelos órgãos públicos e privados das cidades. Estes projetos são bem variados, sendo que uma parte prevê a realização de seminários e oficinas de capacitação, e a outra se refere aos planos de melhoria de infraestrutura. De acordo com Zucatto, tais projetos ainda passarão por nova análise em uma reunião que deve ocorrer em janeiro.
O professor da UFSM exemplifica uma situação específica que deve ser trabalhada nas oficinas de capacitação.
“Para evitar que o abacaxi, uma fruta bonita e vistosa, eventualmente seja descartado, nós vamos recomendar transformá-lo em geleia, colocando um rótulo que tenha certa aparência destacada e que agregue valor ao produto. Também poderá ser feita uma atividade para capacitar quanto à precificação das frutas, para que, a partir de uma base de custos, o produtor da agricultura familiar possa ter algum tipo de orientação e, consequentemente, estabeleça um preço competitivo no mercado”, comenta.
Ainda de acordo com Zucatto, existe a possibilidade de o MIDR promover a locação de equipamentos sem necessidade de reembolso e também o financiamento através de linhas de crédito específicas.
“As outras rotas da fruticultura do País já receberam benefícios do governo federal. Tudo depende da organização de cada lugar, para mostrar aos técnicos do MIDR que o recurso alocado ali terá resultado e gerará renda e emprego”, explica.
Fonte: Jornal do Comércio