Curso de coletor de sementes florestais nativas será realizado pela primeira vez no CEFLOR de Santa Maria
O programa vai contar com aulas práticas e teóricas sobre escalada
A procura foi tão grande que as inscrições já encerraram. Mas não era para menos. O curso, além da parte teórica, tem uma parte prática bem interessante e desafiadora: a escalada. Sim, porque para ser coletor de sementes é preciso saber subir em árvores, por tronco e cordas. E com segurança. Os organizadores advertem que é preciso ter um bom preparo físico para executar a tarefa.
O curso para formação de coletores de sementes florestais nativas é o primeiro desenvolvido no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (CEFLOR), do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em Santa Maria. O curso faz parte de um convênio com a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), vai ocorrer de 15 a 19 de abril no CEFLOR e tem entre os inscritos viveiristas, acadêmicos e indígenas.
Vão ser aulas teóricas e práticas sobre seleção de árvores matriz, legislação sobre coleta de sementes, amostragem, controle de qualidade e escalada segura na teoria e na prática, com técnicas específicas para a atividade.
“O objetivo é fazer com que os profissionais tenham conhecimento técnico para identificar qual a árvore matriz desejada para colher, quais as características fenológicas, conhecer sobre fenologia de produção, época de colheita e obter representatividade do material genético coletado para que lá na frente, no viveiro, se tenham mudas de qualidade superior”, destaca o pesquisador Evandro Luiz Missio, do CEFLOR, pós doutor especialista em coleta de sementes e mudas florestais nativas.
Cleber Saldanha, pesquisador do CEFLOR e coordenador do projeto “Qualificação de oferta de sementes e mudas florestais nativas na Região Central do RS”, junto com Evandro, afirma que o coletor de sementes deve ser registrado no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), por determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Ele destaca que o mercado de sementes nativas é ainda pequeno, mas que a tendência é de aumento da demanda em função do cadastro ambiental rural e de novos mercados.
As coletas vão ser realizadas no Corredor Ecológico da Quarta Colônia, o primeiro do Rio Grande do Sul, formado por nove municípios mais Santa Maria e Itaara, que tem predominância do bioma Mata Atlântica. A ideia, de acordo com Missio, é que o curso auxilie coletores a realizar monitoramento fenológico (desenvolvimento da planta) e dendrométrico (altura e diâmetro) das matrizes, georreferenciá-las para que, no futuro, se construa um catálogo de espécies desta região, em parceria com outras instituições.
O curso é parte do convênio firmado em março deste ano entre Sema e Seapi para qualificação de oferta de sementes e mudas florestais nativas do Bioma Mata Atlântica. Foram repassados R$ 810 mil, provindos de cumprimento de débitos de Reposição Florestal Obrigatória (RFO) e que serão gerenciados pelo CEFLOR.
Sementes e mudas de espécies no CEFLOR
No banco de germoplasma de sementes do CEFLOR existem cerca de 70 espécies florestais. Algumas ameaçadas de extinção, como a Grapia e a Cabriúva, espécies paisagísticas destinadas a praças e parques e também se tem a produção de mudas para fins de recuperação e regeneração de áreas degradadas. Mais informações pelo telefone (55) 3228 1045 e 3228-1212 ou pelo e-mail: florestas@agricultura.rs.gov.br
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação