Contenção de focos de influenza aviária e doença de Newcastle é tema de painel na 47ª Expointer

A articulação de ações entre o Serviço Veterinário Oficial e o setor produtivo para a contenção de focos de influenza aviária e doença de Newcastle no Rio Grande do Sul foi o tema de painel realizado nesta segunda-feira (26/08), no auditório do Governo do Estado no Pavilhão Internacional, durante a 47ª Expointer.

O Rio Grande do Sul enfrentou seis focos de influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1, em 2023 e 2024, todos registrados entre aves silvestres e mamíferos aquáticos. Em julho deste ano, um foco de doença de Newcastle foi detectado em Anta Gorda, numa granja comercial. A agilidade da resposta das equipes da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o envolvimento do setor produtivo foram considerados fatores determinantes para o sucesso das operações. 

“O resultado positivo da doença de Newcastle foi dado em 17 de julho e no mesmo dia o Ministério já havia comunicado oficialmente todos os serviços de defesa agropecuária dos estados, enviado notificação internacional para parceiros comerciais e ao público em geral. Enquanto isso, equipes da Seapi já estavam mobilizadas para agir no local do foco”, detalhou o auditor fiscal federal agropecuário Édison Fauth, da Superintendência do Mapa no Rio Grande do Sul. 

Édison Fauth apresentou uma linha do tempo sobre as principais ações realizadas no foco de Anta Gorda
Édison Fauth apresentou uma linha do tempo sobre as principais ações realizadas no foco de Anta Gorda – Foto: Eduardo Patron/Seapi

Um exemplo do trabalho conjunto foi como contornaram a dificuldade no envio de amostras de casos suspeitos coletadas durante a contenção do foco em Anta Gorda, com o Aeroporto Salgado Filho ainda fechado. Uma articulação interministerial garantiu que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) saísse da base aérea de Canoas levando as amostras até o laboratório federal em Campinas. “Enquanto isso, estávamos nós, o setor produtivo, nos cotizando para contratar uma aeronave, caso não conseguisse pela FAB”, brincou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. 

A coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Seapi, Ananda Kowalski, pontuou que as operações de contenções de foco da influenza aviária e da doença de Newcastle se mostraram como uma oportunidade única de experimentar o trabalho articulado entre o Estado e a iniciativa privada. “É um desafio muito grande manter essa articulação mobilizada. Temos que estar sempre preparados para a contingência e termos consciência de comunicar de forma responsável sobre esses eventos”, ressaltou.

Para o presidente da ABPA, o resultado positivo se deve a anos de preparação. “Sempre digo que temos que nos preparar para a guerra em tempos de paz, a biosseguridade é essencial. Temos no setor privado um grupo especial de prevenção de influenza aviária e DNC trabalhando há mais de três anos. Conseguimos minimizar os efeitos, mas nada disso seria possível sem a equipe capacitada do Serviço Veterinário Oficial. Que país no mundo levaria 28 dias para a investigação e encerramento de um foco de doença de Newcastle? Nem os Estados Unidos”, finalizou Santin.

A Secretaria da Agricultura atualiza um painel de acompanhamento da vigilância ativa e passiva de síndromes respiratória e nervosa em aves, como a H5N1 e a doença de Newcastle, que pode ser consultado aqui.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou a agilidade na contenção do foco de Newcastle
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou a agilidade na contenção do foco de Newcastle – Foto: Eduardo Patron/Seapi

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação

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