Câmara Setorial da Apicultura deverá incluir Meliponicultura
A Câmara Setorial da Apicultura deverá ter alterados o seu nome e a composição de entidades integrantes, de forma a incluir a meliponicultura. Esta decisão foi referendada por seus participantes em reunião realizada nesta terça-feira (16/4), de forma híbrida, pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
“Além da nomenclatura, é preciso fazer a inclusão de entidades representativas dos meliponicultores no decreto de criação da Câmara Setorial, para que tenham assento e voto. O novo texto deve ser apresentado na próxima reunião, para aprovação”, detalhou o coordenador das Câmaras Setoriais da Seapi, Clair Kuhn.
“Esta foi uma sessão histórica, em que saímos de fato de braços dados, os apicultores e meliponicultores do Rio Grande do Sul”, ressaltou o coordenador da Câmara Setorial da Apicultura, Patric Lüderitz.
Além da inclusão da Meliponicultura na Câmara Setorial, também foi apresentada durante a reunião uma proposta de regulamentação da Lei 15.181/2018, que instituiu a Política Estadual para o Desenvolvimento e Expansão da Apicultura e Meliponicultura (Proamel). A proposta foi elaborada por grupo de trabalho formado dentro da Câmara Setorial e aprovada pelos demais integrantes. O texto sugerido será encaminhado internamente no governo, pela Agricultura e a Casa Civil.
“Houve um grande avanço em tratar todas as abelhas juntas na mesma Câmara Setorial e nesta regulamentação. É uma visão atualizada de como vemos as abelhas, como produtoras de mel e, principalmente, como polinizadoras essenciais para a conservação da natureza e a agricultura”, destacou a pesquisadora Betina Blochtein, do Observatório de Abelhas do Brasil.
Outros encaminhamentos sugeridos pela Câmara Setorial nesta reunião foram uma solicitação do setor à Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) para simplificação do sistema SOL a meliponicultores de subsistência e um pedido formal, à mesma secretaria, para a elaboração de um tutorial de como realizar o cadastro no sistema, a ser utilizado pelas associações e federações para orientar os produtores.
Análise da safra de verão
A safra de mel deste verão está sendo desuniforme, mas com quebra de mais de 50% em todo o Estado, conforme avaliação dos membros da Câmara Setorial durante a reunião. As chuvas na primavera e no verão interferiram nas floradas e na sobrevivência das colmeias.
“Foi um ano atípico que enfrentamos na meliponicultura. Quem se descuidou perdeu colmeias, principalmente no início da primavera, que foi muito chuvoso. Temos uma safra de pouca produtividade, e preços muito baixos para o mel no mercado”, avaliou o presidente da Federação dos Meliponicultores Conservacionistas do Rio Grande do Sul (Femcors), Vilmar Fank.
O produtor Anselmo Kuhn lembrou que episódios de ciclones, enxurradas e muitos períodos sem sol acabaram por prejudicar as abelhas. “O foco do ano passado foi conseguir manter as abelhas para dar continuidade aos apiários, esse foi nosso principal desafio”, destacou.
“Estamos com os produtores com estoques zerados, sem mel para vender, tentando a safrinha de abril/maio para sobreviver. Por sorte o eucalipto está em floração, dando a possibilidade de uma safrinha. Mas, se continuar a chover e o frio vier mais cedo, teremos problemas”, projetou Lüderitz.
Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Associação de Meliponicultores do Vale do Alto Taquari (Amevat), Associação Gaúcha de Meliponicultura (Agmel), Banrisul, Emater/RS-Ascar, Farsul, Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Femcors, IBGE, Observatório de Abelhas do Brasil, Secretarias de Agricultura, Meio Ambiente e Casa Civil, Uergs, UFRGS, UFPel e Unipampa.
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação