Seapi participa de pesquisa nacional sobre resistência ao uso de carrapaticidas

Estudo preliminar desenvolvido em 2023 aponta que 72% das propriedades têm carrapatos resistentes a 5 ou mais carrapaticidas

O pesquisador Guilherme Klafke, do Laboratório de Parasitologia do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF), apresentou na manhã desta quinta-feira (23/11) o trabalho “Controle de carrapatos na era da multirresistência”, durante o V Seminário do Mercosul sobre Escabiose, Miíase, Pediculose e Tungíase e II Encontro sobre Artrópodes de importância em Saúde Pública. O encontro vai até amanhã na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo.

O IPVDF, que pertence à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) está desenvolvendo estudos sobre o nível de resistência a cada tipo de carrapaticida no Estado e como e dá a distribuição regional das populações de carrapatos bovinos multirresistentes. Na amostragem, realizada entre janeiro e julho de 2023, foram pesquisadas 91 amostras que chegaram no Laboratório de Parasitologia, localizado em Eldorado do Sul, de 51 municípios, sendo 48 do Rio Grande do Sul, dois de Santa Catarina e um do Paraná.

Pesquisador Guilherme Klafke, do IPVDF, durante apresentação do trabalho sobre controle de carrapatos na era da multirresistência
Pesquisador Guilherme Klafke, do IPVDF, durante apresentação do trabalho no V Seminário do Mercosul – Foto: Divulgação/Priscila Teixeira

“72% das propriedades tem carrapatos resistentes a cinco ou mais carrapaticidas e quatro em cada 10 amostras realizadas apresentam resistência a seis ou mais produtos testados”, afirma Klafke. Segundo ele, é preciso um diagnóstico preciso e rápido, mudando o carrapaticida, se necessário, além de desenvolver novos estudos epidemiológicos sobre a resistência.

A Rede de Laboratórios de Diagnóstico de Resistência, do qual o Laboratório do IPVDF faz parte, está desenvolvendo um inquérito nacional, até 2024, sobre os carrapatos resistentes para elaborar um Diagnóstico e identificar quais são as práticas de manejo que mais colaboram com a resistência.

“Nós vamos participar de duas formas. Recebendo as amostras do Paraná, Santa Catarina e aqui do Rio Grande do Sul e produzindo os kits diagnósticos que serão enviados aos outros laboratórios da rede, como a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal de Goiás (UFG)”, destaca Klafke. Esse projeto é financiado é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os carrapatos e as doenças causadas por eles provocam prejuízo de mais de R$ 450 milhões por ano à pecuária gaúcha (como danos na produtividade dos animais e custos com controle e tratamento).

Carrapatos sendo estudados no Laboratório de Parasitologia do IPVDF
Carrapatos para análise no Laboratório de Parasitologia do IPVDF – Foto: Fernando Dias/Seapi

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação

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