Rumo à evolução: Concentração da Marcha marca novo ciclo da raça
Das modalidades que fazem parte do tripé de seleção do Cavalo Crioulo, a Marcha de Resistência gera uma atmosfera única. Há quem diga que “quem se propõe a percorrer os 750 quilômetros da prova, uma única vez, nunca deixará de participar da modalidade”. Com um envolvimento que exigem 45 dias de dedicação, a primeira etapa, a concentração da Marcha, que aconteceu durante a quarta-feira, 25 de maio, na Cabanha Santa Nélia, Fazenda São Francisco em Jaguarão/RS, foi marcada por um momento histórico para o Cavalo Crioulo: a aplicação dos primeiros microchips de identificação da raça, que modernizará o controle de informações e facilitará os processos que envolvem resenhas, admissões e transportes dos animais para provas nacionais e internacionais.
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Continuidade da tradição aliada à tecnologia
Dos 53 animais admitidos, 51 animais receberam os primeiros microchips de identificação que foram aplicados pelo técnico responsável pela admissão, Rouget Gigena Wrege, o qual recebeu treinamento especial para o manejo do equipamento, que possui o tamanho de um grão de arroz. Para o superintendente do Cavalo Crioulo, Frederico Vieira Araújo, a implementação da tecnologia marca um novo ciclo na raça. “No dia de hoje nós iniciamos oficialmente a aplicação dos microchips de identificação da raça Crioula. Tivemos uma adesão de quase 100% dos exemplares, e os que não optaram pela aplicação neste momento já entenderam a grande importância deste passo. Nas futuras participações destes animais, em qualquer modalidade, dispensará o uso de documentos físicos ou digitais, sendo necessária somente a leitura do microchip. O equipamento é único de cada animal, como um CPF, que garantirá que por toda a vida deste animal ele estará identificado”, conclui Araújo.
Neste primeiro momento, oferecidos gratuitamente e com a geração de créditos em emolumentos pela ABCCC, os proprietários podiam optar pela aplicação, ou não, dos microchips, os quais também serão ofertados futuramente para exemplares das outras modalidades do Cavalo Crioulo. Quem acompanhou as primeiras aplicações e conferiu o repasse de informações entre Microchips e o sistema de registro de animais foi Thiago Müller, gerente de identificação da Datamars, empresa que disponibiliza o equipamento. Para ele, a microchipagem é uma maneira única e vitalícia que garante a identificação do animal onde quer que ele esteja. “A microchipagem é uma maneira internacionalmente reconhecida e inalterável de identificar um animal. É um procedimento rápido e certeiro, sem o uso de registros em papéis ou digitalmente”, conclui Thiago.
Reconhecimento e homenagem
Com uma história marcada pelo encanto e paixão pela Marcha de Resistência, a 21ª edição da modalidade será totalmente dedicada a Cláudio Franco Gonçalves, figura emblemática que ao conhecer as provas de Marcha do Uruguai, resolveu se aventurar na primeira Marcha Anual de Resistência do Brasil. A partir daí, por mais de uma década, Claudio participou e se dedicou no fomento e continuidade da modalidade no país, a qual hoje compõe a tríade de seleção do Cavalo Crioulo. Durante a concentração, o Coordenador da Subcomissão da Marcha, Luiz Mário Queiroz Dias, convidou o homenageado para compor a abertura oficial. “O tio Carlos fez muito pela modalidade, e muito além disso, ele também participou das provas. Um verdadeiro apaixonado. Hoje, aqui, quero agradecer por tudo que foi, está (sendo) e ainda será feito por ele em prol da Marcha”.
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Na oportunidade, Cláudio Franco Gonçalves entregou um buçal artesanal a Clóvis Gonçalves, proprietário da Fazenda São Francisco e da Cabanha Santa Nélia, pela cedência do espaço e recepção para a realização da concentração da Marcha, local onde os animais ficarão soltos a campo, sob as mesmas condições climáticas e de alimentação por 30 dias, para que, no dia 24 de junho, deem a largada na Marcha Anual de Resistência.
Fonte: ABCCC