Reino Unido amplia cotas para importação de carne de aves do Brasil

O Reino Unido ampliou em 20,8% os volumes das cotas de carne de aves importadas do Brasil. A expectativa é de que mudança deva adicionar mais de US$ 60 milhões nas exportações brasileiras de produtos avícolas para aquele mercado.

Na semana passada, após a missão ministerial deixar a China e seguir para Londres, uma longa e detalhada negociação conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com o apoio do Ministério da Agricultura e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), obteve a expansão do volume das cotas tarifárias – com tarifas diferenciadas – de 79,9 mil toneladas anuais para 96,5 mil toneladas ao ano. O volume anterior havia sido definido por conta do Brexit, em acordo inicial de distribuição das cotas existentes para vendas de carne de aves à ilha britânica.

“A divisão inicial não condizia com a realidade de mercado. Agora, as cotas para o Reino Unido foram expandidas em praticamente todas as linhas tarifárias. Os destaques foram frango cozido e frango salgado. Deveremos já ver resultados positivos em nossas exportações a partir de julho, quando a cota entrará em vigor”, analisa o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.

Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, estas alterações consolidam o Brasil como parceiro comercial como fornecedor dessa proteína ao Reino Unido. “Foi uma importante conquista do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura, que deverá gerar impactos positivos relevantes no saldo geral dos embarques avícolas do país ainda este ano, além de consolidar o Brasil como grande parceiro no fornecimento de produtos avícolas para o mercado britânico”, avalia Santin.

Com 85% das exportações de produtos avícolas brasileiros oriundos dos três Estados do Sul, a tendência é de que a ampliação das cotas reflita em aumento de negócios e de receita para empresas gaúchas.
“Temos empresas habilitadas para exportar àquele mercado. Então, essa negociação deve trazer resultados positivos para o Rio Grande do Sul”, projeta o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.

No ano passado, o RS exportou 11,1 mil toneladas de carne de frango para o Reino Unido e obteve um faturamento de US$ 32,4 milhões. No primeiro trimestre, foram 3,1 mil toneladas, com receita de US$ 8,2 milhões. Já nos primeiros três meses de 2023, os embarques gaúchos para aquele mercado totalizaram 4,6 mil toneladas e renderam US$ 13,2 milhões.

Conforme o dirigente, a busca por novos mercados está no foco de atenção do setor, que monitora de perto o avanço das negociações com a China, à espera do reconhecimento do RS e do Paraná como áreas livres de febre aftosa sem vacinação. O status sanitário já é declarado pela Organização Mundial de Saúde Animal desde maio de 2021, mas os chineses ainda não deram o aval para o ingresso de miúdos e carne com osso oriundos do Brasil.

“Temos conversado com a ABPA, com o Ministério da Agricultura e com o governo estadual, que estão muito empenhados em nos auxiliar a desembaraçar essa situação. Quando acontecer, será uma medida que ampliará muito nosso potencial de exportações. Estamos confiantes que os diálogos estabelecidos nas últimas semanas entre os governos do Brasil e da China resultem na liberação desses produtos, assim como na habilitação de novas plantas frigoríficas do Rio Grande do Sul, completa Santos.

Fonte: Jornal do Comércio

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