Governo deve anunciar plano contra estiagem nos próximos dias
O governador Eduardo Leite (PSDB) irá anunciar nos próximos dias uma série de medidas de combate à estiagem e à mitigação dos efeitos sobre a atividade agropecuária no Rio Grande do Sul. A promessa foi feita nesta quarta-feira (15) pelo vice-governador, Gabriel Souza, durante a solenidade da 33ª Abertura Oficial da Colheita de arroz e Grãos em Terras Baixas, em Capão do Leão.
Sem dar detalhes, Souza disse que o plano passará por diversas secretarias estaduais de alguma forma relacionadas ao tema, em uma atuação transversal e eficiente. Nas últimas semanas, o grupo de trabalho montado para tratar do tema, que reúne as secretarias estaduais do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Rural, da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação, Defesa Civil e Emater tem trocado informações em reuniões sistemáticas para permitir a integração de dados e a definição do rumo das ações.
O vice-governador lembrou que até mesmo a Lagoa do Peixe, uma das maiores reservas hídricas do País, secou. E reforçou a necessidade de se discutir alterações na legislação ambiental para viabilizar a construção de barragens e açudes em áreas de preservação permanente, mesmo tendo de enfrentar o que chamou de “resistências puramente ideológicas”.
“Temos de debater alterações na legislação brasileira, com a compensação ambiental devida. Não podemos simplesmente proibir (a construção de estruturas para reserva de água) e condenar áreas à baixa produtividade agrícola, à queda de empregos e à redução de renda do produtor”, alertou, lembrando que o clima está mudando.
“Mudemos também a cultura, o manejo, a preocupação, a lei para continuarmos produzindo”, propôs.
Antes, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, renovou a demanda para que seja solucionado o problema da reservação de água.
“Não podemos mais postergar a solução desse tema. Temos volume de chuva suficiente no inverno para dar origem aos sistemas de irrigação”, disse.
O dirigente também pontuou a necessidade de analisar a questão tributária para evitar o desaparecimento das indústrias do setor no estado. Velho lembrou que a indústria gaúcha já contou com mais de 300, mas hoje são cerca de 140 empresas.
Participaram do evento, ainda, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso de Oliveira, os presidentes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, da Federação da Agricultura e Pecuária, Gedeão Pereira, o senador Hamilton Mourão, o presidente da Assembleia Legislativa, Vilmar Zanchin, a coordenador-geral da Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura e Pecuária, Helena Rugeri, o secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, e o deputado federal Afonso Hamm.
Fonte: Jornal do Comércio