Gira Técnica do Cavalo Crioulo: pelo norte e nordeste brasileiro

O frio que faz no sul da América do Sul nesta época do ano foi onde o Cavalo Crioulo criou as suas raízes. Enfrentar temperaturas baixas nunca foi um empecilho, prova disso são as Marchas de Resistência que, antes mesmo do sol nascer, os cavalos percorrem longas distâncias sob um gelado frio e o vento minuano, sem contar a recorrida com o gado nas fazendas e estâncias do sul do Brasil. Mas a adaptabilidade do Cavalo Crioulo está sendo comprovada dia a dia em todo o território nacional, inclusive naqueles lugares onde o frio e a chuva não são fatores constantes durante o ano. 

Com mais de 400 mil animais distribuídos em todo o país, o Cavalo Crioulo expande fronteiras e agrega cada vez mais novos criadores e usuários do cavalo. Essa semana o técnico da ABCCC Romeu Koch, o executivo de Comunicação, Fagner Almeida e o Analista de Expansão, Bruno Pereira Marques, estão percorrendo estados do norte e nordeste brasileiro para visitar criadores da Bahia, Ceará e Rondônia, na Gira Técnica do Cavalo Crioulo.

Na Bahia, uma história antiga com o Cavalo Crioulo foi desvendada. É a história do médico veterinário Maurício Mário Lima Nogueira que, na Faculdade, em uma visita a uma fazenda, viu um  “animal diferente, ágil, forte e me espantou muito a velocidade do animal, eu montei nesse cavalo, gostei, quase caí na arrancada e aquilo ficou armazenado na minha mente, passaram-se 30 anos e voltei a estar em uma propriedade rural, na caatinga baiana e me veio a vontade de buscar aquele cavalo que eu montei quando tinha 19 anos”, Maurício falava de um Cavalo Crioulo. 

Foi no começo da pandemia, em 2020, mesmo antes de ter uma propriedade rural, que Maurício então comprou seus primeiros exemplares de Crioulos: duas éguas e um cavalo. Hoje, essa primeira aquisição já se tornou mais um cavalo, quatro potras e seis éguas. Localizada na cidade de Ipirá, no semiárido, na caatinga baiana, onde a precipitação de chuva não chega aos 800 milímetros por ano, o Cavalo Crioulo mostra a sua adaptabilidade, onde, segundo Maurício, o Crioulo “se dá muito bem”. Fazendo referência ao local que está, o criador resolveu dar o nome de “Caatinga” ao seu afixo que chega na primeira geração.

Assistindo provas por vídeo, Maurício já levou o ginete e domador Nei Eduardo Lima para um curso de doma no estado, tendo como objetivo “ser referência na Bahia e no nordeste, animais rústicos, criados a campo para ir para provas funcionais e para a lida do nordestino no dia a dia”. Modalidades como o Ranch Sorting e o Team Penning, que já são oficiais do Cavalo Crioulo, contam com muitos adeptos na região, mas Maurício acredita que ainda haja espaço para a raça crioula na Vaquejada, com animais de maior porte. 

A Gira Técnica ainda visitou um Centro de Treinamento no litoral cearense, o CT Melo Manso, na cidade de Caponga, e parte rumo a Rondônia, onde os atendimentos serão feitos em vários criadores do Estado. 

O Analista de Expansão da ABCCC, Bruno Pereira Marques, avalia como positiva a Gira Técnica e revela a surpresa que encontraram na Bahia. “Fico bem surpreso e impressionado com a adaptação dos animais na caatinga, muito bem desenvolvidos, principalmente os potros, as éguas muito bem de estado, o criador com éguas geneticamente e morfologicamente interessantes e um cavalo de uma estrutura muito grande, que impressiona na região, por questão da Vaquejada. A primeira geração dele tem três animais: duas fêmeas e um macho, as fêmeas muito boas, bem desenvolvida e uma que, morfologicamente muito boa, que nos impressionou muito e em qualquer lugar seria muito interessante, a gente saiu muito impressionado positivamente pela qualidade dos animais, serão animais bem representativos para a raça dentro do nordeste”, relata o Analista que segue viagem rumo a outros criadores.

Fonte: ABCCC

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