Cadeia avícola entra em alerta máximo por novos casos de gripe aviária

Produtores de aves e entidades representativas do setor no Brasil e no Rio Grande do Sul reforçaram nesta quarta-feira (15) medidas de prevenção contra a ocorrência de gripe aviária. O alerta se deve ao surgimento de dois novos casos em países vizinhos, ambos em aves silvestres.

No Uruguai, a doença foi identificada em um cisne-de-pescoço-preto na costa de Laguna Garzon, a 370 quilômetros de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. Já na Argentina, a ocorrência foi constatada em Laguna de los Pozuelos, na Província argentina de Jujuy, a 1,9 mil quilômetros da fronteira, por Mato Grosso do Sul.

A notícia foi confirmada à tarde pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, em coletiva para acalmar o setor e reafirmar que medidas preventivas foram reforçadas em território brasileiro. Mas antes disso, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) já se articulavam para assegurar a sanidade dos plantéis do País e a proteção das exportações.

O presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, disse que a aproximação da doença ao território nacional, em singular ao Rio Grande do Sul, deve ser alvo de “alerta máximo” para o setor avícola, por conta do período migratório de aves silvestres.

“Ao mesmo tempo, a Asgav vem trabalhando em diversas ações, visando blindar a avicultura comercial, principalmente dedicando-se em medidas orientativas que reforçam os quesitos relacionados à biosseguridade nos diferentes sistemas produtivos”, afirmou em nota.

No texto, a entidade ressalta que os protocolos de biosseguridade brasileiros seguem medidas rigorosas, através da proibição total de entrada de visitantes às granjas, entre outros cuidados sanitários já adotados. Entre eles estão o controle total do fluxo de aves, controle de qualidade de rações e água, desinfecção de veículos que necessitam acessar os núcleos, trocas de roupas e sapatos e reforço às proteções dos galpões, a exemplo de controle e manutenção de telas e passarinheiras, a fim de evitar a entrada de aves migratórias nos galpões.

A entidade também está em contato direto e interagindo com Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, monitorando o quadro junto às nações vizinhas.

Em nota, a ABPA informou que acompanha o caso e reafirmou que eventuais casos registrados em aves silvestres no Brasil não suspenderiam o comércio e exportações de produtos avícolas, conforme recomendações estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal. O Brasil nunca registrou focos e segue livre da enfermidade em seu território.

O ministro da Agricultura disse que o Brasil aumentou a vigilância e fortaleceu a fiscalização.

“Há cerca de 15 dias, houve suspeita de sintomas em duas aves na Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul. Mas a análise nos materiais coletados não confirmou a doença. A mesma coisa aconteceu em Manaus (AM), igualmente com resultado negativo na análise”, disse Fávaro.

Ele pediu o apoio da sociedade para alertar sempre que verificar casos suspeitos, permitindo ações rápidas do governo. Fávaro afirmou que o protocolo de prevenção brasileiro é muito bom e que os criatórios têm sistemas de excelência.

“Mesmo assim, estamos reforçando as medidas, por precaução. Renovamos o alerta aos produtores para que revisem suas estruturas. São medidas rotineiras, mas nunca é demais”.

O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, lembrou que o Brasil tem um laboratório de referência para a América Latina na análise de casos de influenza aviária, em São Paulo. A estrutura seria mais uma mostra de que o sistema de proteção e prevenção nacional é “robusto”.

“Estamos preparados para enfrentar essa situação e seguir exportando produtos avícolas”, completou o ministro Fávaro.

Fonte: Jornal do Comércio

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