BPE organiza exposição sobre a Califórnia da Canção Nativa

Mostra conta história do festival que fundou o Nativismo no Rio Grande do Sul

Quem passar pela Biblioteca Pública do Estado nos próximos dias vai se surpreender. Entre o
mobiliário e a arquitetura clássica e centenária, o visitante irá encontrar objetos, ouvir músicas
regionalistas e encontrar farta documentação sobre a história do Nativismo do nosso estado.
A exposição “Califórnia da Canção Nativa: um legado de arte e cultura” poderá ser visitada a partir
de quinta-feira (28), às 19h, na BPE. A entrada é gratuita.

A ideia é do evento é homenagear o fenômeno cultural que é a Califórnia da Canção, que atravessou
cinco décadas e continua contribuindo na identidade dos gaúchos. Além disso, a mostra, com
curadoria de Cláudia Antunes, pretende destacar a ligação entre música e literatura, uma vez que
essas duas artes se fundem poeticamente.

A exposição apresentará farta documentação, adquirida nos acervos públicos do Arquivo Histórico do RS,
Museu Antropológico do RS, Discoteca Natho Henn, Instituto Estadual de Música, Museu Júlio de Castilhos e Biblioteca Pública do Estado, em um exercício de transversalidade entre as instituições da Secretaria de Estado da Cultura. Outras fontes são provenientes de acervos particulares de colecionadores e dos fundadores da Califórnia da Canção Nativa, em 1971, como Colmar Duarte, idealizador da Califórnia, que ainda reside em Uruguaiana, esbanjando saúde aos 91 anos de idade. Esses documentos consistem em discos, fotos, cartazes, libretos, folhetos, matérias de jornais, troféus, instrumentos musicais, objetos campeiros, indumentária gaúcha, etc.

O visitante terá também a oportunidade de ouvir as principais músicas destas cinco décadas e
mergulhar no universo do Rio Grande, por meio de objetos e indumentárias campeiras,
cuidadosamente selecionadas pela correspondência com as composições nativistas.

Antecedentes

Em 1970, na cidade Uruguaiana, a milonga Abichornado, de Colmar Duarte e Júlio Machado da Silva,
com interpretação do grupo Os Marupiaras foi desclassificada no 1º Festival da Música Popular da
Fronteira, com a justificativa de que se tratava de uma canção regional gaúcha.

Na época, falar das coisas do homem do campo não era algo bem visto nas rodas da cidade.
Dessa recusa surgiu a necessidade de criar um novo festival, que aceitasse a música e o estilo de vida
comum dos gaúchos do sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, inseridos em uma cultura urbana,
mas identificados com a paisagem, os costumes e o folclore comuns às suas raízes. Foi assim que
Colmar Pereira Duarte idealizou o movimento e Henrique Dias de Freitas Lima foi o 1º presidente do
festival.

Nascia assim a Califórnia da Canção Nativa e, junto com ela o Nativismo, movimento que reafirmou a
identidade do gaúcho e inaugurou uma sofisticada elaboração estética que deu origem a uma série de
festivais no sul do país.

Para a primeira edição, em dezembro de 1971, Henrique Dias de Freitas Lima trouxe de Porto Alegre o
som do Teatro Leopoldina e a iluminação do Theatro São Pedro, como forma de trazer credibilidade
ao projeto. Enquanto isso, Colmar ocupou-se da identidade do evento, com a missão de inovar a
música do Rio Grande.

Sucesso absoluto nas décadas de 1980 e 1990, o festival apresentou canções de grande sucesso e
projetou grandes nomes da área musical.

Hoje, passados os anos dourados − quando 15 mil pessoas se reuniam todas as noites na Cidade de
Lona − a Califórnia continua viva e consolidada como importante manifestação cultural do Rio
Grande do Sul.

A exposição organizada pela Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Biblioteca Pública do
Estado do Rio Grande do Sul, é uma homenagem aos pioneiros do Nativismo e o reconhecimento de
seu alto poder de criação poética e cultural.

Sobre a curadora da exposição

Cláudia Rejane Dornelles Antunes é jornalista e Dra. em Letras. Já fez vários projetos culturais sobre
o escritor João Simões Lopes Neto, no qual é especialista. Em 2018 ganhou o prêmio Açorianos na
categoria Arte Educação com a exposição O museu desmiolado. Trabalhou entre 1997 e 2007, como
bolsista, no projeto Acervos de Escritores Sulinos do Programa de Pós-Graduação em Letras da
PUCRS, sob a coordenação das professoras Regina Zilberman e Maria da Glória Bordini, desenvolvendo trabalhos com os acervos de Erico Verissimo, Josué Guimarães, Mario Quintana, Reynaldo Moura, Manoelito de Ornellas, Lila Ripoll, Zeferino Brazil e José Pedro Escosteguy. É servidora concursada da Secretaria de Estado da Cultura, desenvolvendo o cargo de Analista em Assuntos Culturais, desde 2010. Atualmente trabalha com pesquisa e coordena o setor de Comunicação da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul.

SERVIÇO

O quê: Exposição Califórnia da Canção Nativa: um legado de arte e cultura
Curadoria: Cláudia Antunes
Quando: Abertura 28 de setembro (quinta-feira), às 19h. Visitação: Até 18 de novembro.
Local: Salão Borges de Medeiros da Biblioteca Pública do Estado (R. Riachuelo, 1190 – Centro
Histórico)
Entrada Gratuita
Atendimento à imprensa
Cláudia Antunes – bpe.imprensa@gmail.com
Site: http://www.bibliotecapublica.rs.gov.br
Facebook: https://www.facebook.com/bibliotecapublicadoestadors
Instagram: @bpe.rs
Apoio
Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul
Instituto Estadual de Música
Museu Antropológico do Rio Grande do Sul
Museu Júlio de Castilhos
CTG Sinuelo do Pago
Realização
Secretaria de Estado da Cultura
Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul

Fonte: Governo do Estado – RS

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