Muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender

Por: Fábio Verardi

O Réveillon possui mantras inevitáveis que se tornam ferramentas auspiciosas para darmos os primeiros passos na caminhada do novo ano; muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender, felicidade e que todos os seus sonhos se realizem, certamente estão entre os desejos mais compartilhados pelas pessoas que nos querem bem. Já de nossa parte; emagrecer, zerar os atrasados do cartão de crédito e visitar mais a família acompanham esse calendário de promessas para fazer com que o passado não se repita e que assim criemos um novo futuro. Por isso, é fundamental traçarmos metas. Quando nos dirigimos à Tramandaí no verão, saímos de casa e sabemos exatamente que queremos chegar até Tramandaí (a menos que sejamos aventureiros sem rumo pelo litoral do Brasil), a ideia é clara, olhamos no mapa para irmos exatamente ao local em que desejamos chegar, e, é exatamente dessa forma que devemos lidar com nossas metas. Em 2022 irei ler mais livros; mas quantos? Um por mês, dois? Em que horário será a leitura e quanto tempo durará? As respostas específicas de organização e direcionamento serão as únicas condições para dar rumo a esses soltos desejos, do contrário nada se realizará. Tomemos em mãos o calendário para já deixar marcados os feriados em que visitaremos nossa família que mora longe, e, os fins de semana em que iremos para a Serra ver os tios que tanto torcem por nós. A fórmula é antiga e infalível; desejar exatamente o que se quer, criar suporte para que esse querer se transforme em poder e depois, como num passe de mágica, realizá-lo. Porém, somos indisciplinados e tendentes a abandonar nossa agenda logo na primeira turbulência que atentar ao ritmo normal da vida, e, é nesse exato momento em que nossas metas passam a ser soterradas pelas “prioridades”.

No momento em que a meia hora de leitura dá lugar ao imperdível episódio da badalada série do Netflix, passamos a eleger qual nossa verdadeira prioridade e não adianta criar a fábula de que amanhã iremos compensar o que hoje não foi feito, pois sabemos bem como funciona seu resultado tanto na dieta, quanto na fatura do cartão. O desafio é contornar os deslizes, e, talvez a fórmula mais eficaz para isso, seja criar o hábito de cumprir metas sem aquela pesada cobrança que anula o prazer, mas sim com o necessário comprometimento. Por alguns anos fiz parte de um grupo de ginástica no parque, nossa aula começava 6h50 da manhã, fizesse chuva ou sol, verão ou no mais duro inverno lá estava a “turma dos antúrios”, cheguei a ganhar cinco medalhas por assiduidade, por nunca ter faltado a nenhuma aula dos semestres. Tudo dava muito certo graças ao comprometimento que tínhamos uns com os outros. Cobrávamo-nos como forma de incentivo e os mais velhos davam o exemplo de que não seria qualquer a desculpa para desistir tão fácil. Naquele grupo, um eram todos, e todos eram um. Assim, fica evidente que nossas metas precisam de fiscais, devemos eleger quem serão os cobradores que baterão à nossa porta, quem irá encarar conosco aquela dieta e quem será parceiro no clube de leitura. “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”, a clássica passagem bíblica é um portal que nos convida a termos por perto pessoas que realmente possam nutrir nossas energias, abastecer nossas metas e fazer com que a vida tenha seu devido valor. Que 2022 nos dê saúde no geral e verdadeiras pessoas parceiras para nossos sonhos e metas.

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