Fique rico ou morra tentando

Por: Fábio Verardi

O dinheiro é fundamental para se consolidar qualquer projeto, seja ele singelo ou mirabolante, sempre será o indexador de qualquer sonho pretendido no plano mundano. Por mais que neste momento sua cabeça esteja tentando justificar que a frase anterior não é absolutamente verdadeira, logo você se dará conta de que é impossível escapar – “da força da grana que ergue e destrói coisas belas” – bem assim, como Caetano canta em Sampa. O dinheiro sempre esteve presente, mesmo para os desapegados fiéis de Gandhi ou para os jovens da revolução cultural de Woodstock nos anos de 1960, a grana sempre foi o combustível para nos levar onde pretendemos chegar. Para contrariar essa equação seria preciso viver como um eremita, no meio do nada e se valendo apenas de recursos naturais para a sobrevivência, mas isso implicaria automaticamente em não participar do mundo e de suas relações humanas. A verdade é que algumas tradições religiosas ocidentais trataram de demonizar a ideia do dinheiro, como se a tença deste fosse algo sempre ruim com o poder de deturpar o caráter do ser humano, um grande engano que vem sendo patrocinado há séculos.

Não importa a quantidade de dinheiro que você tenha e sim a forma que este está sendo conquistado e empregado durante a sua curta existência na terra. É preciso que entendamos de uma vez por todas, que – uma pessoa rica não é necessariamente ruim, assim como um pobre não será necessariamente bom. O dilema mergulha na síntese propositiva de como será o jeito mais correto de conquistar e usar o dinheiro para se bem viver com dignidade e humanidade. O acumulador de milhões ou o avarento por centavos sofrem da mesma doença em escalas diferenciadas, não conseguem enxergar que o mundo precisa de nossa ação e que não podemos mais esperar inertes para que alguma coisa aconteça, pois não acontecerá. A diferença no mundo se faz com centavos ou milhões. Minha mãe sempre me trouxe como lição a ideia de que não é preciso ganhar na loteria para mudar o mundo, basta ter presente em si o senso de solidariedade empática. Porém, parece que não conseguimos acreditar nisso, nas pequenas ações do dia a dia. E, por isso, passamos uma vida a esperar pelo pote de ouro no fim do arco-íris, nos tornando mentalmente caridosos enquanto encenamos o que faríamos com prêmio da mega sena, mas virando as costas para um simples problema a nossa frente.

Dinheiro se conquista, humanidade se aprende. Mesmo o mais humano dos seres desejaria ganhar um milhão de dólares para fazer com que muitos outros se beneficiassem disso. Já o avarento não, sendo rico ou pobre lhe falta a fortuna que o dinheiro não compra, aquela que se aprende em casa, no amor de uma boa criação ou no afago de um bom professor – a solidariedade. O dinheiro é uma coisa boa, e, se estiver nas mãos de pessoas com valores morais afortunados, se transformará num elemento com poderes transcendentais para nos trazer a verdadeira riqueza que o mundo tanto precisa.

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