Estudo sobre impacto de micotoxina em sucos e vinhos é apresentado em Congresso no México

Termina hoje em Ensenada, no México, o 43° Congresso da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Mais de 600 profissionais do mundo do vinho estão reunidos desde segunda-feira (31/10) para compartilhar informações sobre novas tecnologias, mudanças climáticas, entre outros assuntos importantes para o setor vitivinícola mundial. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural participa do encontro com um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Referência Enológica Evanir da Silva (LAREN), em cooperação com servidores da Secretaria, sobre o “Monitoramento de ocratoxina A em sucos de uva e vinhos do Brasil”.

O estudo

A pesquisa buscou detectar a presença de ocratoxina A (OTA) em 210 amostras comerciais brasileiras (107 sucos de uva e 103 vinhos). A OTA é uma micotoxina formada naturalmente em alimentos e bebidas e que tem características carcinogênicas, nefrotóxicas, imunotóxicas e teratogênicas.  Como a OTA foi relatada em vários estudos como contaminante de uvas, vinhos e sucos de uva, as agências reguladoras realizaram avaliações de risco para determinar o efeito do consumo desta micotoxina na saúde humana.

Todas as amostras pesquisadas apresentaram concentrações abaixo do limite estabelecido pela legislação (2 μg L-1) e, a maioria das amostras (99 %), apresentou valores até abaixo do limite de detecção (0,12 μg L-1). A conclusão do estudo, a partir destes resultados, é o baixo risco de exposição à OTA pelo consumo de vinhos e sucos de uva brasileiros. 

Poster com apresentação do trabalho “Monitoramento de ocratoxina A em sucos de uva e vinhos do Brasil”, desenvolvido pela Seapdr.
Pôster com apresentação do trabalho “Monitoramento de ocratoxina A em sucos de uva e vinhos do Brasil”, desenvolvido pela Seapdr – Foto: Imagens/Divulgação SEAPDR

O estudo foi desenvolvido pela consultora do LAREN, Fernanda Spinelli, que está no Congresso, por Ana Paula Drehmer, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), e por Caren Cavichioli Lamb, Plinio Manosso e Fabíola Boscaini Lopes, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

“Esse estudo da ocratoxina A e outros estudos muito importantes em nível nacional e internacional, são executados no LAREN, laboratório que é referência em enologia do país”, destaca Caren Lamb, gerente da qualidade da instituição.

“O alto nível dos trabalhos apresentados demonstra a importância da pesquisa e da divulgação de resultados para o setor se manter atualizado em meio aos constantes avanços tecnológicos e demandas de novas técnicas para combater as consequências das mudanças climáticas que vêm ocorrendo expressivamente, gerando grande preocupação”, afirma Fernanda Spinelli.

O Congresso termina hoje (4/11), com reuniões do Comitê Executivo e da Assembleia Geral. Quatro resoluções estão sendo propostas pela delegação brasileira, relativas à inclusão da definição de néctar de uva e métodos analíticos para o controle dos sucos de uva. Entre elas, a determinação de ocratoxina A em suco de uva, suco de uva reconstituído, suco de uva concentrado e néctar de uva, por coluna de imunoafinidade e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com detector de fluorescência.

As outras três propostas são a definição de néctar de uva e néctar de uva gaseificado, a determinação da acidez volátil em suco de uva, suco de uva reconstituído, suco de uva concentrado e néctar de uva e o método de determinação da razão isotópica 18O/16O da água em suco de uva.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo