Estamos Perdidos em 2022
Por: Fábio Verardi
Nos últimos dois anos o mundo mudou o que não havia mudado em cinquenta anos, somos sobreviventes de uma das mais letais pandemias da história humana, perdemos amigos e parentes, e, ainda estamos pagando o preço psicológico por todo esse estado de dor vivido pelos habitantes do nosso planeta. Nesse processo, carregamos conosco sequelas físicas e anímicas que certamente ainda não estão curadas, pelo contrário, demorarão um bom tempo para sararem definitivamente. Hoje, a incerteza econômica age em nós como um espírito de sobrevivência, é impossível não se preocupar. Esperar que as abóboras se ajeitem com o andar da carroça é quase que um raciocínio insano, pois esperar é um verbo que ninguém mais aguenta escutar. Esperamos a poeira baixar, a curva da onda diminuir e já ficamos tempo mais que suficiente em casa, então não me venha com essa ideia de esperar. Acontece que nesse tempo de isolamento de ideias, muitas coisas foram criadas sem que nós percebêssemos e quando nos demos por conta tudo foi jogado no nosso colo de uma só vez. Não é mais preciso usar cartão crédito, basta apontar o celular, um clique compra outro clique paga e tudo funciona numa linguagem algorítmica totalmente inalcançável pela capacidade mental de quem nasceu no século XX.
Tudo está acontecendo muito rápido e isso nos traz a incerteza sobre o futuro até de nossa profissão, colocando em dúvida o próprio rumo que estamos trilhando em nossa existência, nos sentimos na contramão do mundo como se a qualquer momento pudéssemos ser atropelados e perdermos tudo o que foi construído. Diante de todas as inúmeras opções desse mundo novo, queremos apenas uma resposta – qual o rumo a seguir? Abrir um negócio on line, criar vídeos motivacionais, talvez apostar no mundo dos pets ou largar tudo e viver como andarilho pelas praias catarinenses. O leque é amplo, mas nosso filtro deve ser estreito, pois todos somos abençoados pela inteligência emocional, aquela que nos dá o valor de quem somos nesse mundo. O escritor Albert Camus, Prêmio Nobel de literatura, referia que “é preciso fazer o que tem que ser feito”, explicando a necessidade de cada ser humano entender que suas habilidades e que os dons que lhe fazem úteis na vida, jamais podem ser ignorados. A costureira só será útil em si, se costurar, o motorista se dirigir e o palhaço em divertir. Não importa que a grama do vizinho pareça mais linda ou que alguns encontrem o “pulo do gato”, o que vale mesmo é sermos fiéis aos nossos propósitos. E, se a dúvida ainda persistir, pergunte para a pessoa que mais se importa por você, a resposta lhe dará rumo, certeza e muita paz para seguir em frente.