Cooperativas gaúchas faturaram R$ 71 bilhões em 2021

O cooperativismo gaúcho, em diferentes frentes, faturou R$ 71,2 bilhões durante o exercício de 2021. A quatro dias do dia internacional das cooperativas, quando, na edição deste final de semana, o Jornal do Comércio terá um caderno especial do Cooperativismo 2022, a Organização Cooperativa do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) anunciou os números oficiais do setor, que cresceu 36,8% em relação ao período de 2020, quando o faturamento foi de R$ 52,1 bilhões.

As sobras para os cooperados também cresceram: alta de 20,7%. Foram R$ 3,6 bilhões distribuídos pelas 423 cooperativas associadas ao Ocergs. A organização conta hoje com 3,2 milhões de associados.

“Nós acreditamos que o cooperativismo pode transformar o Estado, garantindo desenvolvimento social e econômico. O ano passado foi de grande desafios para cooperativas gaúchas. Estávamos na fase aguda da pandemia, onde todos os ramos tiveram que se reinventar. Tivemos que vencer desafios e buscar alternativas, e esses números mostram que os desafios foram superados. Entendemos que modelo cooperativista é solidário e se sobressai nesse momento de pandemia”, avalia o presidente da Ocergs, Darci Hartmann.

Os números oficiais do cooperativismo gaúcho, com o levantamento dos principais números e indicadores, mostraram crescimento nos sete ramos de atividades abrangentes do Estado. O crescimento foi puxado pelo ramo agropecuário, que possui a maior fatia do total do faturamento das cooperativas e obteve bons resultados com uma safra cheia, plantada a baixos custos em 2020/21 e bons preços nas commodities durante o ano passado.

Apenas este setor cooperativista faturou R$ 51 bilhões em 2021 – um crescimento de quase 46% na comparação aos R$ 35 bilhões de faturamento em 2020. O ramo representa mais de 71% do faturamento total das cooperativas gaúchas. As sobras destinadas aos produtores rurais ultrapassaram R$ 1 bilhão, alta de 9,5% em relação às R$ 941,5 milhões no ano retrasado.

As sobras também cresceram no ramo de crédito, atingindo R$ 2,2 bilhões e alta de 44,4% em 2021. A captação de recursos do ramo também variou positivamente. Os depósitos chegaram a R$ 33,8 bilhões (+17,7%) e os depósitos à vista atingiram R$ 9,2 bilhões (+11,5%).

Em um ano que iniciou com o auge da pandemia de Covid-19 no País, o ramo da saúde registrou aumento de 13,7% nos funcionários. O número de empregados do setor ficou em 12,7 mil. Dos 3,4 milhões de beneficiários de planos de saúde do Rio Grande do Sul, 55% (ou 1,9 milhão de pessoas) são de cooperativas gaúchas.

O ramo da infraestrutura atingiu 369 municípios atendidos no Estado. São 298 mil famílias beneficiadas por um setor de cooperativas que leva ligação de internet a 51,7 mil lares gaúchos.

O faturamento do ramo de transportes cresceu 52,8%, atingindo receita de R$ 979 milhões no ano. As sobras mais que dobraram, passando de R$ 7,4 milhões em 2020 para R$ 15,9 milhões em 2021 (+115%). A frota também aumentou, ultrapassando 10 mil veículos – alta de 14,6%.

Em 2022, o setor cooperativista deve sentir o impacto dos danos causados pela estiagem às lavouras gaúchas, gerando perdas bilionárias para o ramo agropecuário, responsável pela maior fatia do faturamento das cooperativas.

“Neste ano, veio a conta. Primeiro foi o aumento de custos de produção, com fertilizantes, e a pandemia gerou inflação em todos países do mundo, inclusive no Brasil. São grandes desafios, mas o agro fará esse trabalho muito bem feito. A guerra também gerou oportunidades: o trigo tem preços ótimos e, se tivermos uma boa safra, ano que vem teremos condição de competir novamente”, afirmou Hartmann.

A divulgação dos números oficiais das cooperativas associadas à Ocergs é uma publicação tradicional no calendário da entidade para demonstrar o quanto as cooperativas geraram de sobras, faturamento, geração de empregos e uma série de indicadores de desempenho que reforçam a solidez do setor.

Números das cooperativas gaúchas associadas à Ocergs

– Faturamento: 71,2 bilhões (+36,8%)
– Sobras: 3,6 bilhões (+20,7%)
– Cooperativas: 423
– Associados: 3,2 milhões (+4,2%)
– Faturamento Agropecuária: R$ 51 bilhões (+45,9%)
– Sobras Agropecuária: R$ 1,03 bilhão (9,5%)

Fonte: Jornal do Comércio

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