Angus é preferência no cocho

A Angus é a raça preferida entre os confinadores do Sul do Brasil na hora da produção de carne premium com base em bovinos de origem britânica. Estudo inédito realizado em 2021 pelo projeto Confina Brasil, desenvolvido pela Scot Consultoria com apoio de diversos parceiros, indicou que a Angus foi citada por 77,8% dos confinadores do Paraná, 66,7% dos de Santa Catarina e 65,4% dos do Rio Grande do Sul. No Brasil Central e regiões Norte, Sudeste e Nordeste, a raça também predomina, mas na escolha para a composição de sangue britânico entre os pecuaristas que confinam animais cruzados (britânico x Nelore). “O que o Nelore ganha na rusticidade no pasto, o Angus ganha dentro do cocho”, afirmou médico veterinário e coordenador do Confina Brasil, Felipe Dahas.

O Confina Brasil 2021 compilou dados de mais de 130 fazendas de 11 estados, integrando 2,09 milhões de cabeças confinadas, 42,4% dos 4,93 milhões bovinos criados em sistemas intensivo de produção no país. Das propriedades visitadas, 31,1% engordam bovinos F1 (britânica x nelore), 30,5% terminam bovinos anelorados e 11,9% operam com raças puras britânicas. “Essas informações são muito importantes e levá-las aos produtores é de extrema valia dada à força da pecuária no desenvolvimento do país”, disse a gerente do Programa Carne Angus, Ana Doralina Menezes, lembrando que o confinamento tem sido cada vez mais utilizado pelos produtores para intensificar a produção de carne premium.

O projeto da Scot Consultoria percorreu 30 mil quilômetros ao longo de 2021. Parceiros da iniciativa, a Associação Brasileira de Angus e o Programa Carne Angus Certificada participaram da agenda em nove estados visitados durante os três roteiros realizados. O staff da Angus também marcou presença no Encontro de Analistas da Scot Consultoria, onde atualizou informações sobre mercado, economia, além de perspectivas para 2022.

Entre as propriedades que abriram as porteiras para o Confina Brasil 2021 estão as fazendas do grupo LFPec, que tem terras em São Paulo, Bahia, Mato Grosso e Pará. Utilizando o Angus no cocho, o diretor presidente da empresa, Francisco Camacho, diz que o sucesso depende de planejamento e de parcerias bem costuradas. “Não se faz confinamento sem saber antes para quem se vai vender. Trabalhamos com Angus há muitos anos focado em nicho. É preciso trabalhar dentro de projeto específico e com mercado definido por uma venda contratual”, frisa o empresário atento aos custos de produção e à fama de exigente do gado Angus quando o assunto é nutrição. Segundo ele, o aumento no uso da raça em confinamento deve-se a acordo fechado com o Frigol que prevê entrega de 2 mil animais por mês nos 12 meses no ano. Metade da entrega é composta por animais produzidos pela LFPec e o restante vem de parceiros. “É um animal que remunera melhor porque custa mais e produz uma carne melhor”.

Maychel Borges e Ana Doralina participaram do roteiro do Confina/ Crédito: Scot Consultoria

Fonte: Associação Brasileira de Angus

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