Sistema Farsul e Fundação Pró-Sementes divulgam resultados do ECR Soja 2020-2021

Maior produtividade do estado foi de 122 sacos por hectare

O Sistema Farsul e a Fundação Pró-Sementes divulgaram, nesta quinta-feira (15/7), o resultado dos Ensaio de Cultivares em Rede – ECR da safra de soja 2020-2021. O principal objetivo da rede experimental de soja é fornecer informações adicionais aos produtores e assistência técnica. O levantamento aponta um potencial produtivo de até 122 sacos por hectare (scs/ha), enquanto a média do estado está em 57,2 scs/ha.
Na safra 2020/2021, os ensaios foram conduzidos em 11 municípios, dentro das três microrregiões sojícolas no estado. A pesquisa foi realizada em Pelotas, Cachoeira do Sul, Cacequi, São Gabriel, Bagé, São Luiz Gonzaga, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, Passo Fundo, Lagoa Vermelha e Vacaria em duas épocas de semeadura. Foram avaliadas 39 cultivares definidas pela maior representatividade de hectares aprovados para produção de sementes e que são indicadas pelo Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o estado do Rio Grande do Sul.
Segundo a Gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, as condições climáticas na safra 2020/2021 foram bem variáveis no Rio Grande do Sul, mas de modo geral foi um bom ano para a sojicultura no estado, tendo em vista que os modelos climáticos estimavam baixos índices pluviométricos ao longo do desenvolvimento da cultura. Os meses de novembro, fevereiro e abril foram meses de pouca chuva, o que prejudicou o estabelecimento dos ensaios em algumas regiões como Bagé, Cachoeira do Sul, Cacequi e São Luiz Gonzaga e no estágio de maturação, enchimento de grãos em materiais de grupo de maturação mais longos nas regiões mais frias como Passo Fundo, Lagoa Vermelha e Vacaria.
Na microrregião 101, a maior produtividade ficou com a cultivar 95R90IPRO, com 122 scs/ha na segunda época de semeadura nos ensaios de Pelotas. Na primeira época, o destaque foi a 95R51 com 109 scs/ha em São Gabriel. Na microrregião 102, a Neo 610 IPRO atingiu 122 scs/ha, em Santo Augusto, na primeira época. Na segunda época, o primeiro lugar ficou com a cultivar BRS 5804, mas com produtividade de 103 scs/ha, em Passo Fundo. Na microrregião 103, três cultivares dividiram a primeira colocação, BRS 5804 RR, DM 57I52RSF IPRO, ambas na primeira época, e DM 5958 RSF IPRO, segunda época, com 85 scs/ha, em Vacaria. Todos resultados são relativos ao ciclo precoce.
Para exemplificar a importância da escolha, Kassiana usou Passo Fundo como exemplo. A diferença de produtividade entre as cultivares de maior e menor rendimento foi de 27 scs/ha. Com um preço médio de R$ 150,00 por saco de soja, a definição pode significar R$ 4.050,00 de impacto nos rendimentos do produtor.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, garantiu a continuidade dos ensaios em razão da sua importância para a agricultura gaúcha. “Fazemos um esforço todos os anos e continuaremos fazendo, pois esta é uma das melhores ferramentas que temos para decidir o que fazer em relação a soja no Rio Grande do Sul”, avalia.
O vice-presidente da Farsul e coordenador da Comissão de Grãos da Federação, Elmar Konrad, destacou a publicação que traz os resultados como uma importante ferramenta de auxílio ao produtor. “A informação das diferenças entre uma cultivar e outra traz um resultado tão igual a lucratividade de uma lavoura”, define.
O superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, avalia o estudo como “absolutamente fundamental na vida de qualquer produtor de soja no Rio Grande do Sul”. Ele lembra que a pesquisa não se trata de uma competição entre sementes comercializadas no estado. “Não existe o melhor ou pior material para o Rio Grande do Sul, existem diversos materiais para variadas regiões. Isto (a publicação) hoje é um guia para definir as genéticas”, explica.
O diretor técnico e administrativo da Fundação Pró-Sementes, Alexandre Levien, lembrou da parceria entre a Fundação e a Farsul que supera uma década e reforçou a importância dos patrocinadores para a realização e aprimoramento da pesquisa. “Que possamos continuar cada vez mais continuar trazendo informações e aprimorando. Nosso objetivo é ir sempre aperfeiçoando o trabalho”, revela.
Konrad também destacou a participação de novos patrocinadores que se uniram ao Senar-RS no financiamento dos estudos. Pela Bayer, o gerente regional, Marcos Puhlmann, ressaltou não apenas a participação na pesquisa, mas também o momento atual da agricultura. “Estamos felizes em estar aqui justamente nesta safra que vai marcar a história do Rio Grande do Sul”, comemora. O gerente executivo de Seguros Rurais da BrasilSeg, Daniel Nascimento, lembrou da posição da empresa em relação ao agronegócio e do seu papel no levantamento. “É sempre um prazer contribuir para a agricultura do Brasil e, em especial, aqui do estado”, afirma.

O Ensaio
O Ensaio de Cultivares em Rede – ECR reúne dados sobre o desempenho de diferentes cultivares nas principais regiões produtoras de soja do Rio Grande do Sul. Ele vem sendo realizado há mais de uma década pelo Sistema Farsul e Fundação Pró-Sementes.
Como os experimentos são implantados e conduzidos de maneira uniforme, em todos os locais, permite ao usuário da informação uma melhor visualização do conjunto de cultivares indicadas para a sua região, contribuindo assim para que alcancem maior lucratividade no negócio. Outro fundamento importante é o compromisso em disponibilizar os resultados o mais cedo possível, permitindo assim, em tempo hábil, auxiliar na tomada de decisão para a escolha da cultivar a ser plantada na safra seguinte.
Os resultados de todos os Ensaios de Cultivares em Rede estão disponíveis para consulta nos sites da Farsul (www.farsul.org.br) e Fundação Pró-Sementes (www.fundacaoprosementes.com.br). Além disso, o Sistema Farsul distribui aos Sindicatos Rurais a publicação impressa dos resultados a cada safra.

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Fonte: Imprensa Sistema Farsul

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