Safra de trigo deve crescer 67,3% no Estado

A colheita gaúcha de trigo em 2021 deve alcançar 3,78 milhões de toneladas, um aumento de 67,3% em relação às 2,26 milhões de toneladas colhidas em 2020. A estimativa foi divulgada ontem no 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O volume apresentado pela Conab representa um crescimento de 160 mil toneladas em relação ao levantamento de julho, que indicava uma colheita de trigo de 3,62 milhões de toneladas nesta safra. A revisão deve-se a uma elevação na estimativa de área plantada, que passou de 1,097 milhão de hectares no mês passado para 1,145 milhão de hectares em agosto. Se confirmado esse resultado, as lavouras de trigo no Rio Grande do Sul terão um crescimento de área de 23,1% neste ano. Em 2020, a cultura ocupou 930 mil hectares no Estado.

Incluindo as lavouras de inverno, que ainda serão colhidas, a Conab estima uma produção de 38,327 milhões de toneladas de grãos no Rio Grande do Sul na safra 2020/2021, um crescimento de 45,5% em relação às 26,333 milhões de toneladas registradas no ciclo 2019/2020.

Em todo o Brasil, a produção estimada de trigo é de 8,6 milhões de toneladas, o que, se confirmado, representa recorde. “Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal”, informou a Conab. 

Estimativa da colheita cai 1,2%, para 254 milhões de toneladas

A produção de grãos no Brasil deverá ficar em 254 milhões de toneladas, segundo aConab. A previsão apresenta uma queda de 1,2%, na comparação com o levantamento anterior. De acordo com a Conab, o volume menor se deve ao impacto causado pelo clima adverso nas lavouras e na produção do país.

Segundo a companhia, “apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da região Centro-Sul do País”.

O milho foi uma das culturas mais afetadas, com uma queda de produtividade estimada em 25,7%. A previsão é de que sejam colhidos 4.065 quilos por hectare somente na segunda safra do cereal. A produção total estimada pela Conab deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra.

“A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal”, informou a Conab.

Com a colheita já encerrada, a soja registrou uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção, o que manteve o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. A colheita desse grão foi recorde, com 135,9 milhões de toneladas.

No caso do arroz, a produção registrou crescimento de 5% na comparação com o período anterior, e chegou a 11,74 milhões de toneladas. O feijão, segundo a companhia, tem as atenções voltadas para sua terceira safra, ainda em fase inicial de colheita. A Conab prevê uma produção total de 2,94 milhões de toneladas, número 8,8% menor que da safra anterior (2019/2020), que sofreu impacto da seca em suas principais regiões produtoras.

Fonte: Jornal do Comércio

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