Agricultura familiar volta a receber visitantes no pavilhão da Expointer

Uma das mais tradicionais atrações da Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar voltou a receber visitantes a pé, na sua forma tradicional. A visitação começou neste sábado no Parque Assis Brasil, em Esteio. Depois do drive-thru da edição de 2020, o espaço soma 228 expositores para a alegria dos visitantes.

No primeiro dia de vendas, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) apurou que os empreendimentos familiares distribuídos em 210 estandes comercializaram
R$ 201.896,32.

“A gente participa quase todos os anos. Como não viemos no ano passado, estávamos com saudade”, resume a médica veterinária Renata Zampieri, ao lado do marido Cácio Schenato da Silva. O casal mora em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, região colonial e que tem fartura dos mesmos quitutes achados na feira. “Mas aqui é muito bom. Tiramos o fim de semana de folga para vir”, conta Renata.

“Gastamos R$ 150,00 em 30 minutos”, contabiliza Schenato, entre as sacolas que os dois encheram as mãos. “Compramos um pouco de cada coisa, de queijos, cucas, salames e mel”, lista o casal, rindo da quantidade, mas feliz pelo rancho.

Um dos estandes que o casal de Flores da Cunha parou foi o da família Agnolin. A família conta que trouxe 400 quilos de produtos na primeira viagem e ainda tem dúvida sobre quanto poderá vender. “Se fosse em outras feiras, chegaríamos a 1,5 mil quilos, mas nesta edição é uma incógnita”, admite Jonacir Agnolin. “Mesmo assim, nem parece que tem pandemia”, comenta ele, ante o bom movimento do primeiro dia.

O acesso neste ano tem limitação de número de pessoas, seguindo os protocolos sanitários da pandemia. Podem estar ao mesmo tempo no pavilhão até 800 visitantes. O controle é rigoroso e é feito com os registros de catracas posicionadas nas entradas e saídas. Além disso, o uso da máscara é obrigatório, como em todo o parque. A retirada só pode ocorrer na área restrita da praça de alimentação, com mesas para as pessoas consumirem os produtos comprados nas banquinhas.

Em 2020, a venda do segmento foi uma das poucas atividades mantidas de forma presencial, mas seguindo o formato de drive-thru. “Sentimos falta desse movimento. Nossa expectativa é muito boa. Não tem nem comparação (ao ano passado), o pessoal gosta de olhar o produto de perto, é bem diferente mesmo”, afirma o expositor Paulo Faleiro, de uma agroindústria de Bom Retiro do Sul.

Nas primeiras horas da manhã de sábado, Faleiro começou a vender as primeiras cucas de abacaxi com coco e outras opções com requeijão, maçã, banana, laranja, uva e a que mais teve saída: a de morango com chocolate.

Luciana Bury, produtora da Coperfamília, cooperativa que reúne quatro famílias na região de Erechim, não participou da edição de 2020. “Feira é isso aqui. Pessoal passando, olhando. O chato é que não dá para fazer a degustação, mas não nos podemos nos queixar; o bom é que mesmo com tudo acontecendo podemos estar na feira”, pondera Luciana. Em sua banca, o atrativo é a variedade de produtos, que vai de torresmo, bolachas, salames, cucas a diversos tipos de queijos.

“Não dá para ficar de fora”, alega o produtor de mel Rui Model, da região de Gramado. Proprietário da Apisgramado, ele espera boas vendas neste ano: “A expectativa é grande. A divulgação na Expointer é sempre muito boa e importante”, reconhece Model.

A Fetag-RS reforça a projeção de negócios dos participantes. “Estamos enxergando como positiva a retomada. Temos dito que os negócios são importantes, mas o mais importante neste momento é a retomada, começar a retornar um pouco à mortalidade”, afirma o presidente da entidade, Carlos Joel. “É a Expointer da paciência”, define ele.

Fonte: Jornal do Comércio

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