Série Grandes Cavalos, Grandes Histórias: destaques de janeiro a março de 2020

Que tal relembrar a trajetória dos garanhões e éguas mais importantes da raça Crioula? Saber quais exemplares marcaram seu nome e suas conquistas na história do Cavalo Crioulo? Entender quem continua replicando a sua genética de qualidade, presente na 5ª geração de tantos outros campeões? Com o sucesso de repercussão em nossas mídias sociais, resolvemos trazer a série “Grandes Cavalos, Grandes Histórias” também para o nosso site. Já conhecida do nosso público há alguns anos, a série ganhou uma “cara nova” e os conteúdos retornaram, com periodicidade semanal, desde o mês de janeiro deste ano.

Até agora, nove exemplares já tiveram sua genealogia e feitos destacados através das nossas publicações. São essas histórias que você confere a seguir:

Primeiro lembrado, o tordilho ícone da raça Crioula: La Invernada Hornero. Garanhão cuja história é conhecida por todo aficionado pelo Cavalo Crioulo, mas que sempre vale a pena ser lembrada. Nascido em 8 de novembro de 1971 e importado do Chile por Flávio Bastos Tellechea em parceria com Dirceu Pons, o cavalo foi o responsável por revolucionar a raça no Brasil, tornando-se o Crioulo número 1 no Registro de Mérito na ABCCC.

Filho de Tren Tren Arrebol e Aculeo Nutria II, o tordilho teve 436 filhos e 6.733 netos que, no total, somaram 11.197,5 pontos de acordo com a última atualização do Registro de Mérito – dentre eles, Itaí Tupambaé, o 1º ganhador do Freio de Ouro em 1982, BT Delantero, Nobre Tupambaé, Chicão de Santa Odessa, e tantos outros animais que enriqueceram as pistas de competição. Seu legado, no entanto, ainda permanece na linhagem de milhares de descendentes que se destacam até hoje nas pistas, como Santa Alice Nublado II e Campana Vicuña – vencedores do Freio de Ouro 2019.

Segundo personagem da série: Santa Elba Señuelo, cavalo que presenteou a raça em vida por exatos 33 anos. Nasceu no Chile em 30 de agosto de 1977 e recebeu sua nacionalização junto à ABCCC em 1982, um ano após ter sido adquirido por Paulino e Agenor Ávila Costa para o trabalho diário na Cabanha Santa Angélica. O que chamava a atenção, segundo o ex-presidente da ABCCC, Maneca Costa, era a sua docilidade, inteligência, mansidão e habilidade – virtudes que marcavam fortemente na época.

A partir dele, a genética chilena foi perpetuada em diversos campos através de sua descendência reprodutiva. Assim, a funcionalidade se fez presente. Não é à toa que o garanhão produziu 220 filhos e 1.252 netos que o colocam hoje em 2º lugar no Registro de Mérito da ABCCC. Dentre eles, Muchacho de Santa Angélica, Viragro Rio Tinto e LS Balaqueiro, além de tantos outros cavalos multipremiados.

No terceiro conteúdo do Grandes Cavalos, um importante garanhão da raça Crioula: Nobre Tupambaé. Presente na terceira colocação do Registro de Mérito da ABCCC, Nobre Tupambaé é filho do grande reprodutor La Invernada Hornero e de Preciosa dos Cinco Salsos, tendo como irmão inteiro o famoso Itaí Tupambaé – primeiro Crioulo a levar para casa o troféu do Freio de Ouro, com Vilson Souza. Mais tarde, em 1990, montado pelo mesmo ginete de seu irmão, Nobre Tupambaé também ganhou destaque ao conquistar o pódio.

Para o seu criador e proprietário, Oswaldo Dornelles Pons, o rosilho de Esteio/RS chamava atenção pela grande habilidade na pista, acompanhado por uma imensa coragem e temperamento marcante. Finalizando sua jornada em 30 de outubro de 2008, Nobre Tupambaé também foi inspiração para ícones da música tradicionalista e nativista do sul do país. Ao todo foram duas canções que levaram o nome do cavalo, uma composta por Jayme Caetano Braun, outra por Joca Martins, fã assíduo do Cavalo Crioulo. Por fim, graças a sua forte genética, Nobre Tupambaé soma mais de 1800 pontos no Registro de Mérito e conta com mais de 1400 descendentes de sua linhagem premiada.

Na quarta postagem da série, é relembrada uma das trajetórias mais marcantes da raça Crioula: a do garanhão e chileno puro BT Delantero, filho de La Invernada Hornero e El Ideal Asi Guarda. Nascido em 13 de setembro de 1989, hoje, aos 30 anos de idade, representa a longevidade do Cavalo Crioulo. BT Delantero foi criado por Flavio Bastos Tellechea na Cabanha Paineiras, de Uruguaiana/RS. Nas pistas, o baio foi três vezes finalista do Freio de Ouro.

Com muita estrutura e correto em sua formação, é o quinto na lista do Registro de Mérito, com 1.818,5 pontos, tendo mais de 1.700 filhos (destes, 346 pontuando). Entre os descendentes, ênfase para Maragato dos Alpes, Aqui Estoy da Santa Juvita, Hijo Bueno da Reconquista e Xingú Ibiá, entre muitos outros.

O quinto personagem da série, aquele que demonstrou honrar sua herança genética em morfologia, funcionalidade e reprodução: Butiá Olodum – integrante do Registro de Mérito da ABCCC. Nascido em 1997, na Cabanha Butiá, o douradilho bragado deu início à sua carreira em 2001, já ganhando destaque morfológico logo em suas primeiras aparições em pista.

No ano seguinte, em 2002, estreava no Freio de Ouro com voracidade: foi Bocal de Prata em 2002 e, a partir daquele ano, quatro vezes finalista do Freio de Ouro antes de conquistar o Freio de Prata, em 2007. Além disso, subiu no 2º lugar no pódio na Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC) dois anos depois do feito, encerrando em 2009 sua carreira nas competições oficiais da raça.

Cavalo domado por João Carlos Ferreira e por muitas vezes montado pelo ginete Marcelo Bertagnolli, presente na foto, Butiá Olodum é filho de BT Butiá – campeão do Freio de Ouro de 1994, que também conquistou o Freio de Bronze em 1993 e 1995 – na mãe Butiá Fantasia. Hoje, aos 22 anos, pertence à Fazenda Paraíso, de Elizabeth Lemanski.

A sexta publicação resgatou um campeão de pelagem tostada bragada: Ganadero da Harmonia, um dos cavalos mais pedidos nas redes sociais da ABCCC para ser relembrado no espaço. Filho de Muchacho de Santa Angélica e BT Dádiva do Junco, Ganadero da Harmonia foi Freio de Ouro em 2006 com Zeca Macedo, na pista de Esteio/RS (no ano anterior havia sido Freio de Bronze).

Por sua genética vencedora – que agrega nomes como La Invernada Hornero, Santa Elba Señuelo, La Invernada Aniversário e Sorro Campeiro, por exemplo – produziu outro campeão do Freio, dez anos depois: Harmonia Temprano, Freio de Ouro 2016, também montado por Zeca Macedo. Com 1.174 descendentes, Ganadero da Harmonia está presente no Registro de Mérito da ABCCC com 614,75 de pontuação. Além de Harmonia Temprano, destacam-se também entre os filhos os nomes de Harmonia Ultimato, Los Hermanos Cimarron e Harmonia Muchacho.

Grande propulsor da raça, se destacava por sua exímia postura e senso de liderança. Las Hortensias Rigolemu, o grande potro chileno, é o oitavo no Registro de Méritos e o sétimo cavalo lembrado na nossa série. Nascido nas campanhas de Don Alberto Araya Gómez, fundador da cabanha Criadero La Invernada, Rigolemu foi trazido do Chile ainda muito novo, com apenas 2 anos, onde já se destacava com sua morfologia e agilidade. Dito e feito, Rigolemu cresceu e conquistou seu espaço com sua performance não só na lida do campo, mas também por suas expressões finas e altas características morfológicas.

Descendente de Los Tilos Cachupin e El Huachan Huasamaca, foi “um ilustre controlador de manada”, como contou o então proprietário Nestor de Moura Jardim Filho. Rigolemu também foi detentor do título da categoria “Cavalo Adulto” na Morfologia da Expointer em 1985 e, além disso, desenhou sua própria árvore genealógica sendo pai de inúmeros exemplares premiados, que pontuaram e pontuam até hoje, como Festeiro do Itapororó, Macanudo do Itapororó, Faceira II do Itapororó, entre outros.

Com 1.366,75 pontos, Las Hortensias Rigolemu conquistou o seu lugar no registro de méritos da ABCCC, além de ter sido o cavalo mais pedido em nossa enquete da semana.

Nascido em setembro de 2004 e presente no Registro de Mérito da ABCCC, RZ Revuelto Cristal da Carapuça, filho de Chicão de Santa Odessa e BT Abadessa, foi o animal mais pedido em nossas redes sociais, se tornando o oitavo personagem da série. De pelagem baia encerada, RZ Revuelto Cristal da Carapuça é detentor de dois Freios de Bronze, no Brasil; Freio de Prata FICCC em Montevidéu, no Uruguai; e Freio de Ouro FICCC na capital argentina de Buenos Aires. De criação da Estância da Carapuça, hoje tem como proprietários Luizantero P. Peixoto e Vitélio Rigão.

Ao consultar a sua 5ª Geração é possível verificar que grandes nomes da raça Crioula compõem a sua herança genética. Entre eles La Invernada Hornero, La Invernada Aniversário e Sorro Campeiro, este que foi tema do RP 02 do Resenha, o podcast oficial do Cavalo Crioulo – CLIQUE AQUI e ouça agora! Entre os seus filhos é possível destacar dois que, na Morfologia, demonstram grandes potenciais: Orvalho Tarumã e Oriental de Los Santos.

Ao findar de setembro, no ano de 1988, nos campos de Uruguaiana/RS, fronteira do sul, nasce um cavalo. BT Faceiro do Junco, filho de La Invernada Hornero e BT Querela, herda do pai o sangue transcendente e da mãe a funcionalidade proporcionada pela linhagem de seu avô, Sorro Campeiro. Na nona publicação do Grandes Cavalos, Grandes Histórias: sangue, potência e raça, um exemplar talhado para fazer história.

Presente no Registro de Méritos da #ABCCC, BT Faceiro do Junco foi campeão do Freio de Ouro em 1995, montado pelo ginete Carlos Quadros. Mais tarde, puxou a fila como Grande Campeão na Morfologia da Expointer nos anos de 1996 e 1997, contando com 1182,5 mil pontos em sua 13ª posição no Registro de Mérito. Também foi um importante reprodutor da raça, com mais de 1359 filhos, os quais continuam pontuando. Um dos grandes descendentes de BT Faceiro é Pergaminho AA, exemplar que pontua desde as primeiras aparições em pista. Em sua conta há prêmios como Campeão Potranco Menor, até o Campeão Cavalo Adulto, ambos na Morfologia da Expointer, em Esteio. Temos também o Baralho do Portal Gaúcho, outro filho de Faceiro que, premiado, levou para casa títulos como Campeão Cavalo Adulto.

Além de ser um exímio exemplar da raça, BT Faceiro do Junco possuía algo muito maior, uma “áurea de luz” como disse Naná Druck, representante da Estância da Quinta a qual foi, por muito tempo, proprietária do cavalo. Em torno dele se juntavam parceiros, amigos e até pessoas que visitavam a cabanha só para ver os graciosos galopes de Faceiro. O exemplar era tão querido e amado pelas pessoas que acabou virando história de livro, onde conta não só as conquistas, mas também os momentos emocionantes e marcantes que várias pessoas vivenciaram em torno deste grande Crioulo.

O livro documentário, escrito pelo jornalista Renato Dalto, recebe o nome de Uma Legenda chamada Faceiro. Segundo ele, “como grandes pessoas, grandes cavalos também precisam ter a sua história contada”. Você pode ler essa publicação ▶️ CLICANDO AQUI.

Fonte: ABCCC

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